O mais recente Executive Opinion Survey do Fórum Económico Mundial revela que os líderes empresariais do G20 estão cada vez mais preocupados com a recessão económica, a fragmentação social e as ameaças tecnológicas associadas à desinformação
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Pela primeira vez, a desinformação e os desafios associados à rápida adoção da Inteligência Artificial (IA) entraram no top cinco de riscos de curto prazo para os líderes empresariais do G20, ocupando o quinto lugar, segundo o Executive Opinion Survey, realizado pelo Centre for the New Economy and Society do Fórum Económico Mundial. O relatório, divulgado pela Marsh McLennan e pelo Zurich Insurance Group, sublinha que a recessão económica mantém-se como a maior preocupação, seguida da insuficiência dos serviços públicos e da proteção social, da falta de oportunidades económicas e da inflação. O inquérito anual, que recolheu respostas de mais de onze mil líderes empresariais em 116 países, oferece uma visão sobre os riscos que moldam a agenda global das empresas e Andrew George, presidente da Marsh Specialty, confirma que “o crescimento da IA, a proliferação de informações falsas e a desinformação está a permitir que agentes mal-intencionados operem de forma mais ampla. Assim, os desafios impostos pela rápida adoção da IA, bem como as ciberameaças associadas, estão agora no topo das agendas empresariais”. O estudo evidencia uma mudança significativa, já que os riscos sociais – desde lacunas nos serviços públicos e na proteção social até ao desemprego e à falta de oportunidades económicas – ganharam peso na lista de prioridades, ocupando o segundo e o terceiro lugar entre os líderes do G20. Alison Martin, CEO de EMEA & Bank Distribution da Zurich, afirma que “áreas críticas como as pensões e a saúde pública já não são apenas questões governamentais – são prioridades das empresas. É preocupante verificar que, atualmente, na Europa, existem menos de três adultos em idade ativa por cada pensionista e que mais de um terço dos cidadãos da União Europeia não está a poupar o suficiente para a reforma. Estas lacunas ameaçam tanto o bem-estar da força de trabalho como a estabilidade social em geral. É hora de agir”. A inflação surge como o quarto risco mais premente, enquanto os eventos climáticos extremos, que estavam entre os cinco principais riscos em 2024, caíram da lista este ano. O relatório deixa claro que, apesar das tensões económicas e geopolíticas, manter o foco em objetivos ambientais e sociais é essencial para a resiliência a longo prazo. |