Presidente do Banco Central Europeu avisa que a Europa está a repetir o erro de chegar tarde às grandes mudanças tecnológicas e que a inércia na adoção de IA pode comprometer a competitividade do continente
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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, avisou que a Europa está a comprometer o seu próprio futuro ao falhar o momento decisivo da Inteligência Artificial (IA), insistindo que os obstáculos que travam a difusão desta tecnologia têm de ser removidos rapidamente. O alerta surge numa altura em que os Estados Unidos e a China aceleram investimentos. No seu discurso durante o Euro Finance Week, na Bratislava, a responsável reconheceu que a Europa já perdeu a oportunidade de assumir o papel de pioneira em IA, um erro que considera resultado da lentidão com que o bloco aderiu à última vaga de transformação digital. Para a responsável, o risco passa por deixar passar a nova onda tecnológica e colocar em causa a capacidade económica europeia no setor. A presidente do BCE sublinhou que a União Europeia, sendo composta por 27 países não pode limitar-se a comprar soluções de IA produzidas por gigantes estrangeiros, já que isso agravaria a dependência europeia de fornecedores externos. Para evitar este cenário, defende que o bloco precisa de “diversificar partes críticas da cadeia de fornecimento de IA e evitar pontos únicos de falha. Nas camadas fundamentais, como a capacidade de computação baseada em chips e centros de dados, devemos manter uma capacidade mínima”. Christine Lagarde argumenta também que a reposta europeia exige interoperabilidade e normas abertas que promovam concorrência real, energia a preços mais baixos, regulação mais uniforme e um mercado de capitais integrado capaz de assumir risco. |