O inquérito da Protiviti demonstra que os líderes procuram capitalizar riscos, modernizar infraestruturas e desenvolver competências humanas para transformar incertezas em vantagem competitiva
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De acordo com o mais recente Inquérito de Perspetivas Executivas sobre os Principais Riscos e Oportunidades, conduzido pela Protiviti e pela Enterprise Risk Management Initiative da Universidade Estadual da Carolina do Norte, cerca de 70% dos executivos acreditam que conseguirão aumentar as receitas nos próximos dois a três anos — um sinal claro de otimismo num contexto complexo. O estudo, que recolheu respostas de mais de 1.500 líderes e membros de conselhos de administração em todo o mundo, revela que as empresas estão a mudar a forma como encaram o risco: em vez de o evitar, procuram capitalizá-lo. A transformação organizacional, a inovação tecnológica e a expansão de parcerias estratégicas surgem entre as prioridades máximas. Aliás, 62% dos executivos esperam ampliar os seus ecossistemas de alianças para reforçar competitividade e presença no mercado. A segurança continua, contudo, a dominar as discussões das administrações. Em comparação com anos anteriores, há uma maior preocupação com infraestruturas tecnológicas envelhecidas, com falhas no desempenho operacional e com os desafios de adoção de tecnologias emergentes. As condições económicas, por sua vez, perderam algum peso relativo. “O maior risco atualmente é não agir”, afirma Matt Moore, líder global de Risco e Conformidade da Protiviti. Segundo o responsável, as organizações estão a apostar na modernização tecnológica, no reforço da ciberresiliência e na inovação como motores de crescimento. A cibersegurança destaca-se mesmo como a principal área de investimento para os executivos, demonstrando uma visão cada vez mais integrada entre crescimento e gestão de risco. A Inteligência Artificial (IA) está igualmente a transformar modelos de negócio e a reconfigurar ameaças. Cerca de 31% dos líderes indicam preocupações relacionadas com a integridade dos dados e com riscos de segurança associados à IA, enquanto uma proporção semelhante está a implementar estas tecnologias nas operações. A formação e requalificação dos colaboradores também ganha relevância, surgindo entre os três maiores riscos de curto prazo. “A capacidade humana continua a ser o grande diferencial competitivo”, refere Fran Maxwell, líder global de soluções CHRO e de Pessoas e Mudanças da Protiviti. Para o executivo, o retorno da IA dependerá diretamente das competências desenvolvidas pelas equipas. A longo prazo, as empresas estão a colocar no centro das suas estratégias temas como comportamento dos clientes, pressão competitiva, privacidade e segurança de dados, e adoção estruturada de IA. Esta abordagem aponta para uma tomada de decisão mais integrada, que considera tanto desafios imediatos como riscos e oportunidades futuras. “Converter a disrupção em oportunidade tornou-se o novo objetivo”, conclui Mark Beasley, diretor da ERM da NC State. De acordo com o diretor de ERM, a capacidade de gerir incertezas enquanto se impulsiona inovação e foco no cliente será determinante para garantir crescimento sustentável. |