Setor tecnológico em Portugal lidera intenções de contratação no início de 2026

De acordo com um estudo da Experis, quase 60% das empresas planeiam reforçar equipas, refletindo a aceleração da transformação digital e novos projetos especializados

Setor tecnológico em Portugal lidera intenções de contratação no início de 2026

O setor de IT em Portugal antecipa um crescimento significativo na criação líquida de emprego para o primeiro trimestre de 2026, alcançando uma projeção de +36%, segundo o estudo Experis Tech Talent Outlook.

Esta evolução representa um aumento de 10 pontos percentuais face ao trimestre anterior e de 19 pontos percentuais face ao mesmo período do ano anterior, posicionando Portugal como o nono país com as intenções de contratação mais otimistas, um ponto percentual acima da média global.

Dos empregadores nacionais do setor, 59% planeiam aumentar as suas equipas no início de 2026, enquanto 10% prevêem reduções e 26% tencionam manter o número atual de colaboradores.

Nuno Ferro, Brand Leader da Experis, explica: “Nos primeiros três meses de 2026, o setor tecnológico em Portugal revela intenções de contratação robustas, com uma evolução positiva face ao trimestre passado e ao período homólogo de 2025. Ainda assim, as perspetivas de contratação das empresas nacionais são também mais especializadas, num momento em que o contexto de transformação digital exige uma aposta em perfis com competências em áreas críticas, como Inteligência Artificial (IA), data ou cibersegurança. Contratações que permitirão às empresas garantir que dispõem do talento capaz de acelerar a digitalização dos negócios e de se adaptar a um mercado em constante evolução”.

A principal motivação para o crescimento das equipas é a expansão das empresas, que pode ocorrer de forma temporária ou permanente. Entre os motivos destacados, novos projetos ou iniciativas temporárias que exigem competências dedicadas são apontados por 48% dos empregadores, seguidos pelo crescimento organizacional com criação de postos de trabalho (44%) e pela abertura de novas áreas (32%).

Além disso, 28% dos empregadores referem os avanços tecnológicos como causa para recrutar funções especializadas, um aumento considerável face aos 11% do trimestre anterior. Preencher vagas em aberto do trimestre precedente é outro motivo frequente, referido por 24% dos inquiridos.

Entre as razões para a redução do número de colaboradores, 33% dos empregadores nacionais assinalam o impacto da automação e da otimização de processos com vista ao aumento da eficiência, valor acima da média nacional de todos os setores, que é de 24%. O mesmo percentual destaca processos de reorganização ou downsizing como fator para a diminuição das equipas.

Contrastando com outros setores, nenhuma empresa nacional de IT menciona os desafios económicos como motivo para redução do emprego. Contudo, 17% reconhecem o impacto das alterações do mercado, enquanto a média global do setor neste indicador é de 29%, refletindo os efeitos da transformação digital em curso.

A nível global, para o primeiro trimestre de 2026, o setor de IT mantém-se líder em perspetivas de contratação, com uma projeção de +35%. Este valor traduz uma diminuição de um ponto percentual face ao trimestre anterior, indicando um abrandamento consecutivo nos últimos dois trimestres. Os países com as projeções mais elevadas são o Brasil (+58%), o Peru (+51%) e a Índia (+50%), enquanto os menos otimistas são a Eslováquia (-14%), a Roménia (-10%) e Porto Rico (+6%).

O estudo da Experis entrevistou 3.796 empresas tecnológicas em 41 países, com os próximos dados a serem divulgados em março de 2026, abordando as perspetivas para o segundo trimestre do mesmo ano.

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