Maioria dos líderes tecnológicos nota mudança nos padrões de contratação

Estudo da Experis refere que 81% dos CIO e líderes tecnológicos notam uma mudança nos padrões de contratação num cenário de escassez de talento

Maioria dos líderes tecnológicos nota mudança nos padrões de contratação

A escassez de talento continua a marcar o setor das TI, com o ritmo de contratação a ser balanceado pelos impactos contraditórios do abrandamento económico e do boom da Inteligência Artificial (IA): se, por um lado, 21% dos líderes tecnológicos referem uma redução das contratações devido ao contexto económico, por outro 22% notam um aumento devido à introdução da IA no trabalho. A conclusão é do estudo “Experis 2025 CIO Outlook”, que analisa a evolução nas tendências de contratação, face aos desafios que os Chief Information Officers (CIO) e líderes tecnológicos enfrentam no atual contexto de acelerada transformação digital. 

A maioria (81%) dos CIO revela, assim, uma mudança nos padrões de contratação, com 32% das organizações inquiridas a afirmarem, também, que as suas contratações se estão a expandir para áreas estratégicas como cloud computing ou tecnologia de sustentabilidade. Estas mudanças podem agravar ainda mais o panorama da escassez de talento, dada a dificuldade em encontrar perfis com as competências atualmente necessárias. Assim, e de acordo com o ManpowerGroup Talent Shortage Survey, 76% das organizações do setor a nível global referem ter dificuldade em encontrar talento qualificado, sendo que 25% dos CIO referem mesmo que este é um dos principais desafios da sua função. 

O ritmo acelerado da transformação digital e os desafios de talento estão a levar os líderes a redefinir o que são as suas prioridades ao nível das capacidades procuradas e do próprio desenho das funções. Num momento em que o ritmo de renovação das competências se acelera, fruto da velocidade da inovação tecnológica, cada vez mais vemos as empresas a procurar perfis abrangentes, que combinem expertise diversa, mas também soft skills que capacitem os trabalhadores para evoluir constantemente, trabalhar melhor em equipa, colaborar e compreender o negócio, atuando como verdadeiros agentes de mudança para a organização como um todo”, afirma Nuno Ferro, Brand Leader da Experis, em comunicado.

Para responder aos desafios de escassez de talento, os líderes tecnológicos estão a ser criativos nas suas estratégias de atração de talento e no desenho das funções. A este nível, mais de metade (52%) está já a incorporar competências de IA nas funções existentes; 42% revelam estar a combinar conhecimentos técnicos com pensamento estratégico, por exemplo com funções como Business Analyst, e 37% afirmam estar a aumentar a versatilidade das funções para torná-las mais abrangentes, exigindo assim expertise em diferentes áreas. De entre todos os CIO e líderes tecnológicos entrevistados, menos de um em cada dez (8%) afirma não estar a redesenhar as suas funções tecnológicas para responder de forma mais eficiente aos requisitos de negócio e facilitar o desenvolvimento de competências no local de trabalho. 

No que toca às skills mais importantes para os CIO, no topo das necessidades encontram-se a cibersegurança (46%), IA (35%) e cloud computing (34%). No entanto, soft skills como a capacidade de colaboração e trabalho em equipa (23%), ou a resolução de problemas (18%) ganham cada vez mais destaque entre as competências mais procuradas, mostrando-se especialmente valiosas para ajudar a resolver desafios que, cada vez mais, abrangem não só as áreas tecnológicas, mas toda a empresa.

Embora os orçamentos para contratações de TI continuem escassos, as organizações inquiridas continuam a procurar os melhores candidatos fora da empresa. Em média, 32% dos trabalhadores qualificados em TI provêm de fontes externas e 21% são candidatos internos. Os trabalhadores de outras empresas e concorrentes (44%) são a principal fonte de talento, seguidos dos licenciados (42%).  

Embora, historicamente, a função de TI aceda ao talento maioritariamente a partir de licenciados universitários, o desencontro de competências está a aumentar porque os programas universitários são, ainda, demasiado lentos no desenvolvimento de programas curriculares que preparam adequadamente os alunos para as atuais necessidades do setor. Face a esta realidade, os líderes admitem que cursos e certificações online são, muitas vezes, veículos de aprendizagem mais eficazes do que os programas universitários. 

Quando questionados sobre as formas mais produtivas para os trabalhadores das TI desenvolverem as suas competências, os líderes destacam a experiência de trabalho concreta (47%), os programas de formação promovidos pelo empregador (42%) e os programas de formação presencial (35%). Apesar disso, é também uma realidade que estes não oferecem recursos suficientes para a melhoria das competências a nível interno. De facto, apenas 28% dos inquiridos afirmaram que as suas empresas realizam regularmente programas de formação contínua sobre as tecnologias mais recentes para as suas equipas de TI.

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