Comissão Europeia pressiona Google com nova investigação

“A igualdade de condições é essencial para todos na cadeia de fornecimento”, mas o Google pode estar a favorecer os seus serviços face aos concorrentes e a cometer abuso de posição dominante

Comissão Europeia pressiona Google com nova investigação
 

A Comissão Europeia (CE) confirmou na terça-feira o arranque de uma nova investigação à secção de publicidade de tecnologia do Google, por alegada conduta anticompetitiva, ou abuso de posição dominante. No entanto, a investigação não é uma surpresa para o Google, cujas práticas já estavam a ser averiguadas em janeiro, através de inquéritos a anunciantes que utilizam os serviços google. Este é apenas o início de uma investigação oficial.

Bruxelas anuncia que “o inquérito irá avaliar se o Google violou as regras de concorrência da UE ao favorecer os seus próprios serviços de tecnologia de publicidade gráfica online na chamada cadeia de valor ‘ad tech’, em detrimento de fornecedores concorrentes, anunciantes e editores online” e que "a investigação formal examinará, nomeadamente, se o Google está a distorcer a concorrência ao restringir o acesso de terceiros aos dados do usuário para fins publicitários em sites e apps, ao mesmo tempo que reserva esses dados para seu próprio uso".

A gigante tecnológica Google fornece vários serviços de publicidade de tecnologia que atuam como intermediários entre anunciantes e editores para exibir anúncios em sites e apps. “Os serviços de publicidade online estão no centro de como o Google e os editores monetizam os seus serviços”, explica Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da Comissão Europeia da Economia Digital e Sociedade para a Competitividade, e acrescenta que “o Google coleciona dados para serem usados para fins de publicidade personalizada, vende espaço publicitário e também atua como intermediário de publicidade online”.

Não é a primeira vez que a União Europeia questiona as ações do Google. Até agora, aplicou sanções com coimas elevadas que perfazem um total de 9.7 mil milhões de dólares, por abuso de posição dominante, a fim de favorecer o serviço de comparação de compras, o sistema operacional móvel do Android e o seus negócios de publicidade. Vestager clarifica que “o Google está presente em quase todos os níveis da cadeia de fornecimento de publicidade gráfica online” e “estamos preocupados com o facto de se ter tornado mais difícil para os serviços rivais de publicidade online competir na chamada ad tech stack”, porque “a igualdade de condições é essencial para todos na cadeia de fornecimento”.

Recuando uns anos, em 2017, a CE aplicou uma multa de 2,4 mil milhões de euros ao Google; em julho de 2018, uma multa de 4,3 mil milhões de euros e em março de 2019, 1,4 mil milhões de euros. A comissária conclui que “a competição justa é importante - tanto para os anunciantes alcançarem os consumidores nos sites dos editores quanto para os editores venderem o seu espaço aos anunciantes, tendo em vista gerar receitas e financiamento para o conteúdo” e esclarece que “também examinaremos as políticas do Google sobre rastreamento de usuários para garantir que estejam de acordo com a concorrência leal”.

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