A automação nas operações de IT só gera resultados significativos quando assente em processos maduros e dados fiáveis
Numa altura em que os departamentos de IT enfrentam uma crescente pressão para acelerar a recuperação de serviços, reduzir o tempo de inatividade e escalar operações com eficiência, o Info-Tech Research Group alerta que aplicar automação sobre fluxos de trabalho fragmentados compromete os resultados. Segundo a consultora, alinhar a automação com a maturidade dos processos e os objetivos estratégicos da organização é o caminho para operações mais fiáveis, eficientes e resilientes. Apesar da adoção generalizada de ferramentas digitais, os desafios persistem. A investigação aponta ineficiências resultantes de sistemas desconectados, tarefas manuais e uma abordagem reativa. Neste contexto, o relatório Build Seamless IT Operations With Automation defende que a automação deve ser integrada de forma holística, com base na qualidade dos dados e no alinhamento organizacional, o que permite deixar de ser encarada como uma mera iniciativa tecnológica. Para apoiar esta transição, o projeto apresenta uma metodologia em três etapas. A primeira consiste em avaliar os objetivos estratégicos e o estado atual dos processos, através da identificação de oportunidades realistas para automatizar. Numa segunda fase, é criada uma lista de use cases priorizados, onde é possível avaliar cada proposta segundo critérios de valor, risco e viabilidade. Por fim, a Info-Tech sugere a construção de um caso de negócio para cada iniciativa de alto impacto de modo a garantir o apoio necessário à implementação. O analista Mahmoud Ramin reforça que “a automação e a inteligência artificial não podem resolver pontos problemáticos operacionais ou fornecer resultados significativos quando aplicadas a fluxos de trabalho quebrados ou fragmentados e dados não confiáveis”. A solução, defende, passa por enraizar estas iniciativas nas prioridades organizacionais e nos processos bem definidos. O relatório da Info-Tech recorda ainda que a automação deve ser encarada como uma jornada contínua. Sendo que, quando implementada de forma estratégica, permite libertar as equipas de IT de tarefas repetitivas, aumentar a fiabilidade através de monitorização proativa e criar espaço para a inovação. “Embora muitas tarefas rotineiras possam e devam ser automatizadas, a tomada de decisões complexas ainda requer experiência e julgamento humanos”, aponta Mahmoud Ramin, e acrescenta ainda que, nestes casos, a inteligência artificial deve funcionar como um parceiro orientado por dados. |