Empresas familiares apostam na inteligência artificial e na tecnologia, mas enfrentam desafios na sucessão e governação

Estudo da Deloitte revela que, apesar do foco na modernização, as empresas familiares enfrentam desafios na sucessão e na contratação de talento tecnológico

Empresas familiares apostam na inteligência artificial e na tecnologia, mas enfrentam desafios na sucessão e governação

Um novo inquérito da Deloitte Private revela que o aumento da utilização de Inteligência Artificial (IA) e o reforço dos investimentos tecnológicos estão no topo das prioridades estratégicas das empresas familiares para os próximos 12 meses. Contudo, permanecem desafios significativos em áreas como a sucessão de liderança e a modernização da governação.

O estudo, intitulado "Private Company Outlook: Family Enterprise", entrevistou cem líderes de empresas familiares para compreender as suas prioridades estratégicas e operacionais, bem como as abordagens adotadas em temas como sucessão, adoção de tecnologia e estruturação da governação corporativa.

De acordo com os dados, 42% dos líderes inquiridos destacam a IA como uma prioridade, seguida por 37% que apontam os investimentos tecnológicos como foco estratégico. Do ponto de vista operacional, as preocupações centram-se em aumentar a rentabilidade através da redução de custos (49%), incrementar a produtividade (48%) e mitigar riscos (48%).

O estudo destaca uma tendência crescente de modernização dos conselhos de administração. Dois terços das empresas familiares já integraram ou planeiam integrar membros com experiência em tecnologias emergentes, como IA e automação. No entanto, esta evolução enfrenta obstáculos importantes, nomeadamente a escassez de candidatos qualificados e o conhecimento limitado sobre tecnologia por parte dos membros atuais.

Esta lacuna levanta preocupações sobre a capacidade dos conselhos para tomar decisões estratégicas informadas numa era de transformação digital acelerada.

Outro tema crítico identificado no estudo é a sucessão. Muitas empresas familiares ainda não têm estratégias bem definidas para preparar a próxima geração de líderes. Entre os principais obstáculos estão a falta de interesse dos sucessores, a ausência de critérios claros de seleção e lacunas nas competências de liderança.

Para enfrentar estes desafios, as empresas estão a apostar em iniciativas como educação formal, formação prática e programas de mentoria, com o objetivo de desenvolver os futuros líderes e garantir uma transição geracional mais eficaz.

O estudo revela ainda que as empresas familiares de menor dimensão são particularmente proativas na utilização de fusões e aquisições como estratégias para fortalecer as cadeias de abastecimento e expandir no mercado. Muitas recorrem também aos mercados públicos como fonte de financiamento, sinalizando uma maior sofisticação na gestão financeira.

A nível interno, verifica-se uma crescente formalização da governação, com a criação de conselhos familiares e estruturas de alinhamento estratégico, que visam conciliar os interesses da família com os objetivos da empresa. Esta tendência traduz-se num esforço claro para garantir uma gestão mais estruturada, profissional e sustentável a longo prazo.

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