Relatório da Oliver Wyman destaca a necessidade de adotar tecnologias avançadas para aumentar a competitividade e a resiliência
As organizações estão a acelerar a transformações dos seus negócios e a redesenhar as suas operações. As conclusões são do mais recente Relatório 2025 Global Performance Transformation: Navigating The Vortex – Leadership Strategies For The C-Suite da Oliver Wyman, que analisa as prioridades e desafios entre 500 executivos, distribuídos por 22 países. Num contexto global caracterizado por tensões geopolíticas e pressões económicas, o relatório sublinha a necessidade da adoção de tecnologias avançadas para aumentar a competitividade e a resiliência perante um cenário em constante mudança. Os líderes europeus estão na linha da frente sobre a antecipação de perturbações mais severas derivadas no atual contexto “Transformar uma organização nunca foi fácil e, no contexto atual, é ainda mais difícil. Muitas empresas ficam a meio caminho porque tentam avançar demasiado depressa ou sem uma direção clara. Atualmente, mais do que velocidade, são necessárias adaptabilidade, capacidade de escuta e uma visão partilhada. A transformação exige compromisso, flexibilidade e liderança interna. As organizações que alcançam melhores resultados são aquelas que apostam em processos graduais, lideranças partilhadas e que contam com estruturas preparadas para absorver a mudança”, explica Pablo Campos, Presidente da Oliver Wyman em Portugal e Espanha. Transformação exige um novo olharOs dados do relatório revelam que apenas 3% das empresas que implementaram iniciativas de transformação no último ano conseguiram cumprir todos os seus objetivos; a percentagem sobe para 30% nas empresas que reconhecem não terem atingido os objetivos na sua totalidade. Agora, mais de 70% das empresas que não atingiram os seus objetivos enfrentam exigências de transformação ainda maiores, em comparação com 40% das empresas que foram bem-sucedidas. Mais de metade dos executivos (54%) apontaram a Inteligência Artificial e as ferramentas digitais como as mudanças mais significativas para o próximo ano para a melhoria da eficiência, inovação e competitividade. Por outro lado, a aquisição de talento, na cultura e nas mudanças de modelo de negócio diminuiu, o que reflete uma mudança nos objetivos operacionais e financeiros imediatos. Contexto atual exige novas prioridadesO estudo põe a descoberto uma mudança significativa nas prioridades estratégicas das empresas, com a rentabilidade a ser mencionada, pela primeira vez, como o principal objetivo para 55% dos executivos inquiridos, superando o crescimento. Esta alteração reflete a crescente pressão para manter a solidez financeira num ambiente marcado pela elevada volatilidade e pelos aumentos dos custos. As decisões corporativas estão cada vez mais focadas em aumentar a eficiência operacional, otimizar recursos internos e implementar soluções tecnológicas que impactem diretamente as margens de lucro, criando flexibilização com a adoção destas soluções. As organizações apostam agora em estratégias que assegurem a sua resiliência financeira e operacional a médio e longo prazo. O atual contexto geopolítico está também na agenda líderes empresariais, com 68% dos executivos a preverem disrupções significativas, como guerras, tensões comerciais e sanções económicas nas suas operações nos próximos doze meses. Cerca de 68% dos inquiridos afirmaram esperar que as tensões geopolíticas afetem as suas operações este ano. A região da Ásia-Pacífico foi a que manifestou maior preocupação (76%), em comparação com a Europa (68%) e as Américas (63%). No entanto, os líderes europeus são aqueles que antecipam as perturbações mais severas (24%), superando os 15% da Ásia-Pacífico e os 14% das Américas. A necessidade de enfrentar o risco geopolítico tornou-se, assim, uma prioridade em 2025, com os CEO a realinharem estratégias, com os desafios a integrarem a gestão dos custos operacionais. Cinco chaves para o êxito de uma transformação empresarial O relatório enumera cinco elementos fundamentais comuns às organizações que conseguiram avançar com êxito nos seus processos de transformação, nomeadamente uma revisão profunda na forma de trabalhar, com a automatização e o redesenho dos processos; uma liderança unificada e comprometida, com visão e objetivos partilhados; estratégias personalizadas, adaptadas à cultura e à estrutura específicas de cada organização; uma cultura de inovação e colaboração com diversidade de perspetivas; e um sistema rigoroso de acompanhamento, baseado em métricas específicas focadas na produtividade, no cliente, nas finanças e nas pessoas. |