O estudo da AESE Business School demonstra que ferramentas como ChatGPT e Copilot já fazem parte da rotina semanal dos gestores, enquanto áreas como apoio à decisão e geração de ideias continuam subaproveitadas
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Um estudo recente, “Os Desafios dos Gestores na Adoção da Inteligência Artificial Generativa”, da AESE Business School e do Instituto Superior Técnico, revela que a utilização de Inteligência Artificial (IA) generativa em contexto profissional é uma realidade para cerca de 70% dos gestores portugueses. O estudo indica que a tecnologia está fortemente integrada na rotina semanal dos líderes, sendo a pesquisa de informação e a escrita as aplicações mais frequentes. No futuro, o desafio passa por garantir que a quantidade de uso corresponda a uma qualidade e a um valor acrescentado cada vez maior, através da formação de colaboradores e da identificação contínua de novas oportunidades Os gestores inquiridos afirmam utilizar IA generativa várias vezes por semana para pesquisa de informação (56%), escrita (46%), sumarização de textos (43%), aprendizagem (39%), análise de textos (37%), geração de ideias (28%), análise de dados (24%) e apoio às decisões (18%). O estudo aponta que as áreas de geração de ideias (28%) e apoio à decisão (18%), embora menos expressivas, têm potencial significativo a ser explorado. Os modelos de IA podem gerar alternativas de solução, analisar benefícios e dificuldades, e fornecer critérios de seleção, enriquecendo o processo decisório. Nas empresas de maior dimensão, os gestores tendem a usar mais IA generativa, enquanto os setores de atividade mais representados são Finanças & Banca, Educação, TIC e Serviços Profissionais. O estudo alerta que setores menos expostos, como Agricultura, Construção, Indústria, Transportes & Logística, Restauração & Alojamento, poderão precisar de maior esforço de adoção. Nesses casos, a formação específica que demonstre as vantagens para diferentes casos de uso é de especial interesse. O estudo observa que as ferramentas mais utilizadas pelos gestores são o ChatGPT (91%), Copilot (55%) e Gemini (27%). A análise conclui que a diferença no uso entre empresas de grande e pequena dimensão não é unicamente financeira, dado que a maioria das ferramentas oferece um nível de acesso gratuito que já permite obter valor. “Será relevante ponderar a aquisição de licenças para, pelo menos, os colaboradores que mais possam beneficiar”, sugere o relatório. O estudo realça ainda o dinamismo constante dos modelos e ferramentas subjacentes: “A melhor ferramenta para uma determinada tarefa pode ser ultrapassada de um dia para o outro. Vale a pena manter alguma atenção e fazer algumas experiências com ferramentas diferentes das que habitualmente usamos”. |