Líderes empresariais planeiam reforçar equipas com trabalho digital e agentes inteligentes, num contexto de profunda transformação tecnológica impulsionada pela inteligência artificial
A Microsoft divulgou a quinta edição do relatório anual Work Trend Index, que destaca a crescente importância da Inteligência Artificial (IA) no futuro do trabalho. O estudo revela que 82% dos líderes empresariais tencionam recorrer ao trabalho digital para expandir as suas equipas nos próximos 12 a 18 meses, assinalando uma mudança estratégica na forma como as organizações operam e crescem. A adoção de agentes inteligentes e ferramentas baseadas em IA está a acelerar, com 46% dos líderes a utilizarem já estas soluções para automatizar processos ou fluxos de trabalho. Além disso, 78% dos inquiridos indicam a intenção de criar funções diretamente relacionadas com a utilização de IA nos próximos anos, de acordo com o estudo. O relatório baseia-se em dados do Microsoft 365, tendências do LinkedIn e contributos de startups nativas de IA, académicos e economistas. Este ecossistema mostra que as empresas estão a reformular os seus modelos organizacionais para dar resposta à pressão crescente por maior produtividade e eficiência. Mais de metade dos líderes afirma que é necessário produzir mais com os mesmos recursos. Contudo, do lado dos colaboradores, 80% indicam falta de tempo ou energia para cumprir com as exigências atuais, sendo interrompidos em média 275 vezes por dia. Esta realidade está a impulsionar a procura por soluções que aumentem o foco e a eficácia no trabalho. O relatório aponta ainda o crescimento das chamadas startups nativas de IA, que estão a contratar ao dobro da velocidade das grandes tecnológicas. Estas empresas mais ágeis refletem uma migração do talento para estruturas mais dinâmicas e adaptadas ao novo paradigma digital. Neste panorama, destaca-se o grupo das Frontier Firms, organizações com elevada maturidade na adoção de IA. Estas empresas apresentam vantagens competitivas claras: 71% dos seus colaboradores acreditam que estão a prosperar, em contraste com 37% na média global. A automação já é prática corrente em áreas como atendimento ao cliente, marketing e desenvolvimento de produto. Com a disseminação dos agentes inteligentes, estão a surgir novas funções como a de gestor de agentes, bem como métricas inovadoras para avaliar a colaboração entre humanos e sistemas automatizados. Nos próximos cinco anos, 41% dos líderes esperam que as suas equipas passem a treinar agentes, e 36% anteveem a sua gestão como parte do trabalho quotidiano. Apesar do entusiasmo, o relatório assinala assimetrias na adoção, sendo que 67% dos líderes dizem-se confortáveis com o uso de agentes, contra apenas 40% dos colaboradores. A Microsoft alerta que o sucesso dependerá da formação de equipas híbridas, preparadas para trabalhar lado a lado com estes sistemas inteligentes. A tecnológica acompanha esta evolução com novas funcionalidades no Microsoft 365 Copilot, incluindo ferramentas como os agentes Researcher e Analyst, o gerador de imagens com GPT-4o e o Copilot Search, que proporciona respostas contextuais em ambientes empresariais. Também foram introduzidos controlos adicionais para as equipas de IT, reforçando a governação sobre quem pode usar determinados agentes. |