Cadeia de valor deve adotar estratégia de conservação de recursos

Segundo a Gartner, este tipo de estratégia vai permitir que aos Chief Supply Chain Officers (CSCO) mitigar a inflação e a escassez de oferta

Cadeia de valor deve adotar estratégia de conservação de recursos

Com a escassez de oferta e a inflação a subir, os Chief Supply Chain Officers (CSCO) devem adotar estratégias de conservação dos recursos, no sentido de mitigar os riscos para as organizações, afirma a Gartner. "Os CSCO calculam que os aumentos previstos da inflação e da contínua escassez de oferta vão levar a novos desafios de produção e à ineficácia das vendas", afirma Sarah Watt, senior director analyst na área de supply chain da Gartner.

Mais, explica que “estes constrangimentos não são de curto prazo, e a tendência subjacente é que a procura de bens está a aumentar, enquanto a oferta é cada vez mais escassa". Além disso, a Gartner nota que os CSCO enfrentam pressão interna e externa para tornar as suas redes mais sustentáveis. Um inquérito recente da Gartner a 983 profissionais da cadeia de valor, nota que 67% dos inquiridos estão a investir na inclusão de métricas de sustentabilidade ambiental e social como KPI para líderes da cadeia de valor.

Assim, a conservação dos recursos é, de acordo com a Gartner, um fator-chave para mitigar estes desafios. Neste âmbito, a Gartner sugere três estratégias para os CSCO. Em primeiro lugar, abrandar o consumo primário utilizando modelos de economia circular. "A economia circular oferece uma oportunidade para separar as matérias-primas do crescimento. As atividades de economia circular vão desde modelos as-a-service, a retorno incentivado e consumo colaborativo", explica Sarah Watt.

Outro aspeto importante é a propriedade de materiais “end-of-life”, especialmente se contiverem matéria-prima valiosa. Se as empresas conseguirem fechar o loop, podem tornar-se mais resilientes contra a escassez de oferta. "Essencialmente, alguns fornecedores estão a usar materiais “end-of-life” como forma de colmatar as suas preocupações com a inflação e a disponibilidade", acrescenta Sarah Watt.

Refere, ainda, que a "escolha da economia circular também pode vir com consequências inesperadas. Os CSCO precisam de definir os melhores candidatos à circularidade, ou podem acabar por criar um maior fardo ambiental em vez de reduzi-lo”.

Em segundo lugar, a Gartner recomenda que os CSCO capitalizem o potencial valor dos resíduos como um ativo, através, por exemplo, da construção de parcerias de ecossistemas com empreiteiros de resíduos, fornecedores e inovadores. A Gartner nota que os resíduos serão cada vez mais vistos como uma responsabilidade, quando poderiam, também, ser um recurso. 

Em terceiro lugar, os CSCO devem preservar o capital natural, refere a Gartner, como a geologia, o solo, o ar e a água, dos quais as organizações dependem para a produção de materiais, pelo que sem o capital natural, as cadeias de valor não funcionariam. De acordo com a Gartmer, os CSCO devem mudar as suas relações com o capital natural e concentrar-se em atividades como a redução da perda de biodiversidade, o combate à desflorestação ou a exploração da agricultura regenerativa. "O risco hoje em dia é que os CSCO estão a gastar as matérias-primas mais rapidamente do que podem regenerar-se, e as cadeias de valor devem garantir que não destroem a própria base do seu negócio", concluiu Sarah Watt.

 

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