Plataformas de dados vão suportar a maioria das aplicações de IA até 2028

A Gartner prevê uma transformação na forma como as organizações desenvolvem aplicações baseadas em inteligência artificial generativa. A geração aumentada por recuperação (RAG) emerge como uma peça importante para garantir precisão, rastreabilidade e eficácia nos modelos de linguagem

Plataformas de dados vão suportar a maioria das aplicações de IA até 2028

Até 2028, 80% das aplicações empresariais baseadas em Inteligência Artificial generativa (IA generativa) vão ser desenvolvidas nas plataformas de gestão de dados que as organizações já utilizam, segundo previsões da Gartner apresentadas no Data & Analytics Summit, em Mumbai, Índia. Esta mudança visa reduzir a complexidade e os prazos de desenvolvimento em cerca de 50%.

Durante o evento, o analista diretor sénio da Gartner, Prasad Pore, sublinhou que construir aplicações IA generativa eficazes “envolve a integração de grandes modelos de linguagem (LLM) com os dados internos de uma organização e a adoção de tecnologias em rápida evolução, como pesquisa vetorial, gerenciamento de metadados, design imediato e incorporação”.

Não obstante, o especialista alertou que sem uma abordagem de gestão unificada, o uso disperso destas tecnologias “leva a prazos de entrega mais longos e possíveis custos irrecuperáveis para as organizações”. A Gartner defende, por isso, uma adaptação das plataformas de dados existentes para acomodar os requisitos da IA generativa.

A geração aumentada por recuperação (RAG) destaca-se como uma estratégia crítica neste contexto. Esta abordagem permite enriquecer os LLM com dados contextuais, internos e externos, proporcionando maior explicabilidade e capacidade de adaptação dos sistemas IA generativa aos desafios específicos dos negócios.

Segundo Prasad Pore, “a maioria dos LLM é treinada em dados disponíveis publicamente e não é altamente eficaz por conta própria na solução de desafios de negócios específicos”. A combinação com dados proprietários, através da arquitetura RAG, aumenta de forma significativa a precisão dos resultados gerados.

Neste processo, os metadados desempenham um papel essencial, uma vez que, tal como destacou o analista da Gartner, “os catálogos de dados podem ajudar a capturar essas informações semânticas, enriquecendo as bases de conhecimento e garantindo o contexto e a rastreabilidade corretos para os dados usados nas soluções RAG”, destacou o analista da Gartner.

A Gartner recomenda que as organizações comecem por avaliar se as suas plataformas de dados podem evoluir para suportar RAG-as-a-service, de modo a substituir repositórios autónomos como fonte de conhecimento para aplicações IA generativa. Esta transformação exige interoperabilidade e integração de tecnologias como pesquisa vetorial e grafos de conhecimento.

Além disso, a Gartner sugere a utilização de metadados operacionais, recolhidos em tempo real durante a execução, como camada adicional de proteção. Estes dados podem ajudar a prevenir utilização maliciosa, violações de privacidade ou fugas de propriedade intelectual.

A adoção de IA generativa em larga escala requer, segundo a Gartner, uma mudança estrutural nas fundações tecnológicas das organizações, para que a inovação não comprometa a segurança, a fiabilidade e o alinhamento com os objetivos de negócio.

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