Maioria da população portuguesa afirma que IA tornou as suas vidas mais fáceis

Estudo junto da população portuguesa aponta que 89% dos portugueses já está a utilizar inteligência artificial nas suas vidas

Maioria da população portuguesa afirma que IA tornou as suas vidas mais fáceis

Um estudo quantitativo junto de 800 pessoas portuguesas realizado este ano pela Netsonda em Portugal para a DE-CIX revela que a Inteligência Artificial (IA) já se encontra enraizada no dia-a-dia da população, sendo percecionada maioritariamente como um facilitador, embora existam preocupações profundas quanto às suas implicações éticas e sociais.

89% dos entrevistados acreditam que a IA tornou a sua vida mais fácil, ajudando a encontrar informação mais rapidamente (74%) e poupar tempo através da automatização de tarefas (57%). Entre as utilizações de IA mais reconhecidas pelos portugueses por impactarem o seu dia-a-dia estão a navegação e atualizações de tráfego (57%), os assistentes virtuais (56%), o conteúdo gerado por IA (52%) e apoio ao cliente por chatbots (45%). Apenas 8% consideram que a IA não impacta o seu quotidiano.

Contudo há 11% dos inquiridos que consideram que a IA torna a vida mais complicada, principalmente devido à sua perceção de que a mesma pode ser enviesada ou enganadora (67%), parecer impessoal ou robótica (66%) e reduzir a tomada de decisão humana (60%).

A IA está a remodelar indústrias e sociedades em todo o mundo – e Portugal desempenha um papel fundamental nesta transformação. Lisboa emergiu como um poderoso polo de interligação, permitindo fluxos de dados eficientes entre continentes”, afirma Ivo Ivanov, CEO da DE-CIX, em comunicado. “Este estudo realça o quão profundamente a IA já está inserida no dia-a-dia das pessoas em Portugal, trazendo consigo oportunidades e responsabilidades para o futuro”.

A pegada da inteligência artificial está a estender-se a todas as indústrias e usos. A população portuguesa vê a IA como uma ferramenta valiosa para ajudar na tradução de idiomas (63%) e facilitar o acesso a recursos educativos (58%). O facto de poder oferecer ferramentas de aprendizagem interativas e envolventes e apoiar a aprendizagem online e remota é também bastante mencionado. Quase três em cada dez inquiridos (27%) já utilizaram ferramentas educativas baseadas em IA sendo que as pessoas entre os 18 e os 24 anos revelaram taxas de adoção de 42%. E entre quem já usou mais de metade (57%) mostra-se "muito satisfeita" com a experiência. 

Na saúde, dois terços dos portugueses acreditam que a IA pode melhorar os serviços de saúde através da redução dos tempos de espera (66%) e da melhoria da eficiência através da automatização de tarefas administrativas (63%). Quanto à sua utilização nos atos médicos, os portugueses estão divididos. Metade (50%) sente-se, hoje, confortável com o uso de IA em diagnósticos e tratamentos médicos, havendo, no entanto, uma pequena diferença entre o sentimento entre homens e mulheres. Os homens sentem maior conforto (55%) do que as mulheres (46%). Quanto às principais razões para se sentirem confortáveis na utilização de IA na medicina, as principais são a capacidade de analisar dados médicos rapidamente (67%) e ajuda na monitorização dos indicadores de saúde (55%). 

Já o medo de erros no diagnóstico é a principal razão pela qual os portugueses não se sentem confortáveis com a utilização da IA em tratamentos e diagnósticos médicos (55%), seguindo-se o receio de que erros de IA possam afetar negativamente os resultados do tratamento (50%). 

Embora a IA seja amplamente vista como uma força positiva, o estudo revela também que os inquiridos portugueses estão conscientes das suas implicações éticas e sociais. De acordo com o estudo, os inquiridos expressam receio em particular com as violações de privacidade (67%), riscos de segurança (62%) e a perda de empregos (62%). 

Apesar da perceção de eficiência, sete em cada dez inquiridos acreditam que a IA pode melhorar a eficiência, mas não deve substituir totalmente os trabalhadores humanos. A maioria (63%) pensa que a IA irá automatizar tarefas, mas os trabalhadores humanos continuarão a ser necessários para a criatividade e a resolução de problemas. As mulheres são mais propensas a acreditar que a IA pode aumentar a eficiência, mas não deve substituir totalmente os trabalhadores humanos, e estão mais preocupadas com a possibilidade de a IA assumir as tarefas que os humanos fazem melhor, em comparação com os homens.

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