IA gera receios e expõe desigualdades no setor das telecomunicações

A Colt conclui que a adoção de IA no setor das telecomunicações continua marcada por insegurança laboral, desigualdades e falta de comunicação interna

IA gera receios e expõe desigualdades no setor das telecomunicações

A Colt Technology Services afirma que as empresas de telecomunicações só vão conseguir tirar partido da Inteligência Artificial (IA) se envolverem os trabalhadores desde o arranque dos projetos, caso contrário correm o risco de reforçar desigualdades e criar resistência dentro das equipas. A conclusão integra o novo estudo Concern to Confidence, que mostra que a confiança na tecnologia continua frágil e que muitos colaboradores não se sentem preparados para a transformação em curso.

O estudo, realizado pela Censuswide a 1.005 trabalhadores de telecomunicações em nove países, mostra que 23% dos inquiridos diz sentir segurança no seu posto de trabalho e 55% receia que a IA os possa substituir no futuro, sobretudo em áreas como marketing, finanças, atendimento ao cliente e funções administrativas. Uma participante observa que “as áreas que estão a ser automatizadas em primeiro lugar são geralmente as funções exercidas por mulheres”, e outra aponta a falta de diversidade nas equipas que desenvolvem modelos de IA.

A Colt sublinha que a ausência de uma estratégia clara para mitigar riscos de desigualdade continua a ser um problema. A perceção interna sobre as políticas de equidade é limitada e muitos colaboradores dizem desconhecer se os seus empregadores estão a implementar salvaguardas.

Apesar das preocupações, 63% dos inquiridos acreditam que a IA pode acelerar o progresso nas metas de igualdade de género, desde que as empresas adotem abordagens responsáveis e envolvam equipas diversas. A paridade continua longe de ser uma realidade, uma vez que apenas cerca de 20% considera boa a diversidade ao nível da administração ou da gestão de topo.

As empresas começam, ainda assim, a tentar preparar os trabalhadores. Cerca de 24% capacita-os com competências de IA para as funções atuais e 21% aposta em formação para novos papéis. As medidas incluem cursos online (47%), materiais de leitura (41%), conferências (35%), formações presenciais (33%) e certificações (27%). Relativamente à mentoria, esta está acessível a um em cada cinco trabalhadores.

Há também sinais de otimismo no dia-a-dia, já que os participantes valorizam sobretudo a aceleração de tarefas, a análise mais rápida de dados, a redução de erros e ganhos de produtividade. A adoção de ferramentas já é significativa, com 35% a utilizar IA integrada em pesquisa todos os dias e 24% a recorrer diariamente à IA generativa, com níveis mais elevados na Índia, Reino Unido e EUA.

Frank Miller, Chief AI and Platforms Officer da Colt, reforça que a tecnologia só será benéfica se for acompanhada de uma abordagem centrada nas pessoas. O responsável defende que esta abordagem “promove a equidade e a inclusão” e ajuda a evitar que sistemas de IA repliquem preconceitos históricos, enquanto fortalece a confiança e melhora a experiência dos clientes.

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