RGPD: o balanço após dois anos

A implementação do RGPD não se procede da mesma forma em toda Europa, o que pode estar a causar alguns problemas

RGPD: o balanço após dois anos

Dois anos depois da entrada em vigor do Regulamento Geral de Proteção de Dados  (RGPD), a lei da privacidade dos dados ainda enfrenta desafios em toda a União Europeia, levantando algumas questões em torno da forma como os Estados-Membros a estão a implementar.

Um relatório da Comissão Europeia mostra que as leis de proteção de dados têm funcionado bem no que diz respeito à privacidade dos cidadãos, proporcionando às pessoas uma melhor compreensão dos direitos na entrega de dados pessoais, bem como no incentivo às organizações a tomarem mais precauções no tratamento da informação.

No entanto, a implementação do RGPD não se procede da mesma forma em toda Europa, o que pode estar a causar alguns problemas.

Pouco mais de dois anos depois de o RGPD se ter tornado lei– todos os Estados da União Europeia – e o Reino Unido,  que foi inscrito no RGPD antes do Brexit  – adotaram as medidas às leis nacionais de proteção de dados. O único país membro que não o fez foi a Eslovénia.

A implementação do RGPD entre os Estados-Membros não é consistente e cria fragmentação, algo que tem impacto em algumas empresas, particularmente no que diz respeito a novos desenvolvimentos tecnológicos e produtos de cibersegurança.

Parte da razão para tal deve-se ao facto de os Estados-Membros serem responsáveis pela gestão dos recursos humanos, financeiros e técnicos das suas autoridades nacionais de proteção de dados.

Embora isto tenha conduzido a uma compreensão da legislação em países como a Islândia, os Países Baixos, a Finlândia, a Irlanda e Luxemburgo – os dois últimos são o lar da sede europeia de várias empresas tecnológicas globais.

"A situação continua desigual entre os Estados-membros e ainda não é satisfatória em termos globais", refere o relatório.

E embora as grandes organizações se tenham adaptado ao RGPD, o relatório observa que mesmo dois anos depois, a sua compreensão e a sua conformidade continua a ser um desafio para as pequenas e médias empresas (PME).

Várias autoridades de proteção de dados forneceram ferramentas para ajudar as PME a implementar o RGPD e isso é algo que a Comissão Europeia sugere que deve ser "intensificado e generalizado".

Mas, apesar das questões relacionadas com a fragmentação além-fronteiras e as lutas que envolvem as pequenas empresas, a Comissão considera o RGPD um êxito, observando que 69% dos maiores de 16 anos em toda a Europa estão conscientes da legislação e do que representa.

"O RGPD cumpriu com sucesso os seus objetivos e tornou-se um ponto de referência em todo o mundo para os países que querem conceder aos seus cidadãos um elevado nível de proteção", afirmou Didier Reynders, comissário europeu para a Justiça.

"A Comissão acompanhará os progressos, em estreita cooperação com o Conselho Europeu de Proteção de Dados e nas suas trocas regulares com os Estados-membros, para que o RGPD possa concretizar todo o seu potencial", acrescentou.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 48 Março 2024

IT INSIGHT Nº 48 Março 2024

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.