IA e o futuro do trabalho: requalificar pode ser o caminho alternativo a despedir

Apenas 18% das tarefas podem ser totalmente automatizadas pela IA, revela estudo da TechWolf, que aponta para a requalificação como a estratégia mais inteligente para preservar talento e competitividade empresarial

IA e o futuro do trabalho: requalificar pode ser o caminho alternativo a despedir

À medida que a corrida à Inteligência Artificial (IA) acelera, muitas empresas têm optado por despedimentos em resposta à incerteza sobre o futuro do trabalho. No entanto, novas investigações da TechWolf sugerem que esta estratégia pode ser contraproducente e que a requalificação é a via mais inteligente.

O Índice de Inteligência da Força de Trabalho, baseado na análise de mais de dois mil milhões de vagas globais entre 2015 e 2025, mostra que apenas 18% das tarefas são totalmente automatizáveis pela IA. A maioria (62%) permanecerá exclusivamente humana, enquanto 38% sofrerão disrupção significativa.

Segundo o estudo, no setor tecnológico da Fortune 500, 75% da força de trabalho tem potencial inexplorado de requalificação. Despedimentos em massa podem agradar a investidores a curto prazo, mas prejudicam a inovação, a moral e a produtividade a longo prazo.

Os despedimentos podem agradar durante um trimestre, mas enfraquecem as empresas durante anos. A decisão mais inteligente é a requalificação”, defende Mikaël Wornoo, fundador da TechWolf.

A Society for Human Resource Management (SHRM) reforça esta ideia, destacando que investir em formação não é um benefício extra, mas sim uma aposta estratégica para reter talento e aumentar a produtividade.

No setor da saúde, a IA está a melhorar diagnósticos e a otimizar fluxos clínicos. O estudo aponta que 62% das empresas necessitam de requalificação, com maior potencial nas equipas da linha da frente.

No retalho e bens de consumo, a automação está a transformar a gestão de stocks e logística. Aqui, 68% das empresas precisam de requalificação, sendo que a aposta em decisões orientadas por dados pode diferenciar vencedores de perdedores.

Já no setor tecnológico, os engenheiros e programadores não estão a desaparecer, mas sim a migrar para funções potenciadas pela IA. As áreas de orquestração, supervisão e integração exigem novas competências, tornando a requalificação crítica para manter a liderança.

Apesar das preocupações de que a IA substitua engenheiros de software, o Índice da TechWolf indica que estas funções têm elevado potencial de ampliação e não de eliminação. Empresas como a Microsoft (86%), IBM (85%) e Apple (75%) apresentam mais de 70% de potencial de requalificação nas suas equipas.

A IA está a permitir acelerar ciclos de desenvolvimento, melhorar a qualidade do código e libertar tempo para inovação de maior valor.

O estudo conclui que, em vez de recorrer a despedimentos dispendiosos, as empresas devem apostar em dados e ferramentas de planeamento estratégico para identificar onde investir em formação e mobilidade interna. Assim, conseguem preservar conhecimento crítico, aumentar a resiliência e reforçar a competitividade num mercado cada vez mais moldado pela IA.

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