De acordo com um estudo da HP, só 20% dos trabalhadores mantêm uma relação saudável com o trabalho, num cenário marcado por pressão crescente e falta de reconhecimento
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A terceira edição anual do HP Work Relationship Index revela uma queda significativa na satisfação no trabalho a nível global. O estudo de 2025 indica que apenas 20% dos knowledge workers relatam ter uma relação saudável com o trabalho, o que representa uma descida de oito pontos percentuais em relação a 2024 e um novo mínimo histórico. O declínio mais acentuado foi registado entre os líderes empresariais, sinalizando uma crise de conexão e confiança no topo da hierarquia corporativa. O estudo identifica problemas solucionáveis que contribuem para o baixo nível de satisfação dos trabalhadores: apenas 44% dos knowledge workers afirmam que o seu trabalho lhes dá um sentido de propósito e 39% sentem que recebem o reconhecimento adequado pelas suas contribuições. A HP aponta que 85% dos fatores que influenciam a satisfação no local de trabalho estão sob controlo da organização, o que representa uma oportunidade significativa para as empresas liderarem a mudança. “Num cenário de desafios sem precedentes, a satisfação no trabalho deixou de ser opcional – é essencial para a resiliência e o crescimento das empresas. Na HP, estamos comprometidos em liderar esta transformação, colocando as pessoas no centro da inovação e criando soluções que promovem relações de trabalho mais saudáveis e significativas”, explica Pedro Coelho, Managing Director da HP Portugal. O Índice 2025 demonstra que os colaboradores estão sob pressão, com muitos a relatar expectativas crescentes e uma sensação de desconexão. Mais de seis em cada dez trabalhadores de escritório afirmam que as expectativas da sua empresa aumentaram ao longo do último ano, enquanto quase metade sente que o seu empregador prioriza o lucro em detrimento das pessoas. Em contraste, o estudo confirma que os trabalhadores realizados são um ativo para o negócio: os trabalhadores na “Zona Saudável” são três vezes mais propensos a sentir-se ligados aos colegas, alcançar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e contribuir para o crescimento do negócio. O Índice demonstra também o potencial da Inteligência Artificial (IA), já que quatro em cada dez knowledge workers utilizam IA diariamente, e aqueles que têm acesso a ferramentas de IA fornecidas pelo trabalho são duas vezes mais propensos a relatar uma relação saudável com o trabalho. Contudo, ainda existem lacunas na adoção: apenas 21% dos knowledge workers descrevem-se como proficientes em IA, em comparação com 56% dos decisores de IT. Um foco crescente dos líderes empresariais, destacado no estudo da HP, é o impacto imediato dos jovens profissionais. A Geração Z e Millennials estão a remodelar o trabalho com novas expectativas, com 51% dos trabalhadores da Geração Z a afirmar que têm um trabalho secundário. O estudo ainda revela que quatro em cada cinco colaboradores da Geração Z estão dispostos a abrir mão de parte do seu salário para obter maior flexibilidade e autonomia. Estas gerações também são as que estão a liderar a adoção da IA nos trabalhos, exigindo uma liderança orientada para objetivos e abandonando as empresas que não conseguem acompanhar. As conclusões do relatório salientam que as empresas podem remodelar a experiência dos colaboradores através de uma liderança mais forte, reconhecimento, flexibilidade e acesso às ferramentas certas, transformando os desafios atuais numa base para relações de trabalho mais gratificantes. |