Empresas apostam na inteligência artificial, mas subestimam riscos de cibersegurança

Estudo revela um perigoso desfasamento entre a adoção tecnológica e a perceção de novas vulnerabilidades, agravado pela falta de talento em cibersegurança

Empresas apostam na inteligência artificial, mas subestimam riscos de cibersegurança

Apesar da rápida adoção de Inteligência Artificial (IA) generativa por 70% das empresas, um em cada quatro líderes subestima os novos riscos de cibersegurança que estas ferramentas trazem. A conclusão consta do Relatório de Ciberpreparação 2024 da Hiscox, que alerta para um desfasamento entre a inovação tecnológica e a preparação para as ameaças que dela resultam.

A crescente interconexão dos sistemas informáticos, impulsionada pela transformação digital, aumenta a exposição das empresas a ciberataques. No entanto, esta realidade parece não ser totalmente reconhecida por todos os gestores.

O estudo revela uma aparente contradição: enquanto 64% dos inquiridos acreditam que a IA será fundamental para a cibersegurança do futuro, e 67% priorizam o investimento em tecnologia de ponta, uma minoria significativa (25%) não acredita que a adoção de IA represente um risco adicional para as suas empresas.

Esta desconexão é um dos alertas centrais do relatório, que demonstra que, apesar da crescente sensibilização para os benefícios da tecnologia, a perceção dos riscos associados ainda não é universal.

Este otimismo desalinhado é agravado por dois problemas estruturais: a falta de preparação e a escassez de talento. Um terço (32%) das organizações admite estar a ficar para trás na adoção das tecnologias de cibersegurança necessárias. Mais de metade das empresas (52%) reporta uma falta significativa de especialistas. Destas, 34% admitem que as suas medidas de segurança estão comprometidas devido à ausência de conhecimentos para gerir os riscos das tecnologias emergentes.

Neste contexto, a diretiva NIS2 da União Europeia surge como um catalisador para a mudança, estabelecendo obrigações reforçadas de segurança para entidades essenciais. A diretiva exige a adoção de medidas eficazes para gerir riscos e reportar incidentes, tornando imperativo que a inovação tecnológica seja acompanhada por mecanismos de proteção robustos. A falta de profissionais qualificados e a subvalorização dos riscos tornam o caminho para a conformidade regulatória ainda mais desafiante.

Não há dúvida de que a tecnologia é uma grande aliada do crescimento, mas implementar ferramentas sem um planeamento adequado transforma-se, automaticamente, numa fonte de vulnerabilidade”, refere Ana Silva, Underwriter & Head of Professional & Financial Lines na Hiscox. “Num contexto em que a IA generativa ganha protagonismo, apostar na prevenção e na gestão de riscos deixa de ser uma opção para passar a ser uma necessidade”.

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