Empresas da EMEA já colhem ganhos de produtividade com a IA

O relatório da IBM revela que 41% dos inquiridos antecipa retornos sobre o investimento em IA em menos de um ano. Desenvolvimento de software e IT, atendimento ao cliente e compras são as áreas com maiores ganhos de produtividade

Empresas da EMEA já colhem ganhos de produtividade com a IA

Um novo estudo da IBM revela que as organizações na região EMEA já estão a reportar ganhos significativos de produtividade associados à utilização da Inteligência Artificial (IA), com a expectativa de retorno sobre os investimentos já no decorrer do próximo ano.

De acordo com os dados recolhidos no “The Race for ROI”, um novo relatório da IBM produzido em parceria com a Censuswide que inquiriu 3.500 executivos seniores em dez países, 66% dos entrevistados revelaram que as suas organizações alcançaram melhorias significativas de produtividade operacional ao utilizarem IA.

Cerca de um em cada cinco entrevistados refere que a sua organização já atingiu as metas de ROI de iniciativas de produtividade orientadas por IA; 42% dos inquiridos espera atingir o ROI em 12 meses graças à redução dos custos (41% dos inquiridos), economia de tempo (45%), aumento da receita (37%), satisfação dos funcionários (42%) e aumento do Net Promoter Score (43%).

O desenvolvimento de software e IT, o atendimento ao cliente e as compras foram as áreas de negócio que obtiveram maiores ganhos de produtividade, impulsionados pela inteligência artificial. Ao mesmo tempo, os executivos destacaram os três principais benefícios da produtividade aprimorada como a maior eficiência operacional (55%), tomada de decisão aprimorada (50%) e recursos aprimorados da força de trabalho, como automação de tarefas repetitivas (48%).

No entanto, os ganhos da IA ainda não são distribuídos uniformemente por todos os tipos de organizações. Enquanto 72% das grandes empresas inquiridas relataram ganhos de produtividade com a IA, apenas 55% das PME referem o mesmo. A pesquisa também indica que as organizações do setor público estão nos estágios iniciais de realização de todo o potencial da IA, com apenas 55% a apontar para melhorias significativas de produtividade até ao momento.

Esperam-se, contudo, mais benefícios de produtividade com a introdução dos agentes de IA: grande parte dos líderes (92%) espera que a IA com agência proporcione um ROI mensurável dentro de dois anos.

Transformar os modelos de negócios

Os dados revelam que os líderes estão a recorrer cada vez mais à IA para a transformação estratégica dos negócios. Entre os inquiridos, mais de metade (66%) relata ganhos significativos de produtividade; quase um terço (24%) dá crédito à IA pela mudança nos seus modelos de negócio.

36% já está a utilizar a tecnologia para mudar as suas operações, nomeadamente para acelerar os cronogramas de inovação; 32% estão a mudar para uma tomada de decisão contínua e orientada por IA, em vez de ciclos de planeamento periódicos e a redesenhar fluxos de valor em torno da IA, ao invés de automatizarem as etapas existentes.

Entre os líderes inquiridos, quase metade (48%) afirma que a IA está a aumentar as capacidades da força de trabalho. De acordo com o relatório, os funcionários estão agora a despender mais tempo no desenvolvimento de novas ideias, no trabalho criativo, na tomada de decisões e no seu planeamento.

“O verdadeiro valor da IA para os negócios vai muito além da produtividade individual – trata-se de transformação estratégica. A nossa investigação sugere que, embora ainda estejamos nos primórdios da adoção da IA, as empresas na EMEA estão a obter ganhos significativos de produtividade com a integração de IA nas suas operações, com muitas a redesenharem os seus modelos de negócios”, afirma Ana Paula Assis, Senior Vice President and Chair, IBM EMEA and Growth Markets.

As prioridades que surgem com a adoção da IA

Os sistemas abertos, a interoperabilidade e a escolha são, de acordo com os dados recolhidos no estudo, prioridades críticas para todos os tipos de organizações que adotam IA. 85% dos inquiridos enfatizaram a importância da transparência nos sistemas e modelos de IA e 84% elencaram a necessidade de interoperabilidade, permitindo uma integração perfeita de ferramentas de IA em sistemas de IT. 85% dos inquiridos valorizaram também a questão da flexibilidade para escolher e adaptar soluções ou fornecedores de IA, consoante a evolução das suas necessidades.

Ultrapassar os riscos

Apesar do relatório sugerir uma progressão das empresas rumo a um ROI maior em IA, a segurança, a privacidade e a ética continuam a ser algumas das principais barreiras para escalar projetos piloto de IA bem-sucedidos. 68% dos líderes seniores referem ainda como um dos principais problemas os desafios trazidos pela complexidade do IT, como a integração da IA em sistemas legacy.

Para acelerar o ROI da IA, o relatório descreve cinco prioridades para os líderes empresariais: estabelecer um modelo operacional e eficaz para a IA; cultivar a alfabetização e o conhecimento da tecnologia e das ferramentas; abraçar a mudança e a incerteza de forma a permitir uma inovação rápida; compreender os riscos relacionados com a implementação da IA; e estabelecer um “AI Board” entre empresas para mitigar potenciais riscos da tecnologia.

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