Escassez de talento influencia investimento das empresas em tecnologia

Novo estudo indica que 98% dos líderes de IT afirmam que a Great Resignation criou lacunas de competências no seu departamento

Escassez de talento influencia investimento das empresas em tecnologia

Os desafios de aquisição de talentos de IT estão a influenciar fortemente as decisões de investimento em tecnologia. O relatório 2022 IT Leaders Pulse Report, divulgado pela MuleSoft da Salesforce, revela que quase três quartos (73%) dos líderes seniores de IT concorda que a aquisição de talentos de IT nunca foi tão difícil, e quase todos os entrevistados (98%) afirma que atrair talentos de IT influencia as escolhas de investimento em tecnologia da sua organização.

O relatório revela também que os líderes de IT estão atualmente a utilizar a tecnologia para criar experiências mais centradas nas pessoas para os seus colaboradores e clientes. A maioria (86%) dos líderes seniores de IT afirma que a experiência que uma organização oferece aos seus colaboradores e clientes é tão importante como os seus produtos e serviços, e quatro em cada cinco entrevistados concorda que as tecnologias melhoradas de atendimento ao cliente (86%) e ao colaborador (85%) são críticas para que a sua organização possa ser competitiva.

Os desafios económicos estão a tornar a tecnologia ainda mais fundamental para o sucesso em todas as partes do negócio, incluindo vendas, serviços, marketing, comércio e IT”, afirma Matt McLarty, Global Field CTO da MuleSoft. “À medida que os líderes de TI se esforçam para que sejam preenchidas as vagas para dar suporte a essa procura adicional, o formato tradicional é colocado em causa. Os atuais líderes de TI devem procurar melhorias de processos mais amplas em toda a empresa, através da automação, que promovam a inovação, melhorem as experiências do utilizador e impulsionem o crescimento eficiente”, completa.

Quase nove em cada dez (87%) líderes seniores de IT concorda que investir em pessoas é extremamente importante. Como resultado, a maioria dos entrevistados planeia investir na melhoria do bem-estar dos colaboradores alocados à área de IT (82%) e na qualificação (78%), ambos à frente do aumento do número de colaboradores nas IT (68%) nos próximos 12 meses. 

O relatório mostra que:

  • Quase todos (98%) os líderes de IT afirmam que a Great Resignation criou lacunas de competências nas funções de TI da sua organização, principalmente em TI e arquitetura de soluções (60%), e funções de gestão de infraestrutura e cloud (45%);
  • Muitos líderes seniores de IT estão a mudar para iniciativas de automação e auto-atendimento para resolver a crescente lacuna de competências. Em todos os setores, 58% das organizações estão a automatizar tarefas e processos, e 53% estão a capacitar os colaboradores não-técnicos com ferramentas de automação para responder às suas próprias necessidades;
  • Mais de metade estão agora a ser avaliados na produtividade dos colaboradores (52%), quando muitos estão também a ser avaliados em redução de custos e otimização (50%), experiência do cliente (48%) e experiência do colaborador (46%). 

Embora a criação de experiências seja essencial, uma estratégia de IT e de negócios centrada nas pessoas precisa de processos eficientes para ser bem-sucedida, indicam os especialistas. Mais de metade dos líderes de IT (54%) acredita que os processos de trabalho entre as equipas de IT e de negócio podem ser melhorados de forma significativa. O relatório mostra, ainda, que:

  • Nove em cada dez (91%) líderes seniores de IT afirmam que os processos de IT existentes estão a prejudicar a produtividade. Os desafios de processos são também reportados como a impactar negativamente a inovação (91%), a adoção de tecnologia (92%), a experiência do cliente (92%) e a experiência do colaborador (93%);
  • Quase metade dos líderes seniores de IT afirmam que a melhoria de processos é uma das principais prioridades para a sua organização nos próximos 12 meses;
  • A maioria dos inquiridos está a procurar criar fusões de equipas para melhorar processos e enfrentar os desafios orientados para processos. Mais de dois terços (69%) das organizações criaram ou estão em processo de criação de fusão de equipas, e 22% planeia fazê-lo nos próximos 12 meses.

O estudo explica que as equipas de fusão se traduzem em equipas multidisciplinares que combinam trabalhadores com tecnologia, análise ou conhecimento de domínio e que partilhem a responsabilidade pelos resultados de negócio e tecnologia. Das organizações com equipas de fusão já implementadas, 63% dos líderes seniores de IT afirmam que essas equipas têm sido bastante eficientes em ajudar os negócios a alcançar os objetivos. 

A capacitação através da tecnologia impulsiona o crescimento dos negócios, e as organizações estão a utilizar as melhores tecnologias para criar experiências para clientes e colaboradores. Embora essa estratégia possa aumentar a agilidade, quatro em cada cinco (81%) líderes seniores de IT concordam que essa abordagem significa que a sua organização enfrenta dificuldades com a complexidade de IT. Neste sentido, o relatório indica que: 

  • A maioria dos líderes seniores de IT acredita que os projetos de integração de dados ou sistemas demoram muito (66%) e são muito caros (69%). Ao mesmo tempo, mais de dois terços (68%) reconhecem que a falta de dados ou integração de sistemas cria uma experiência desconectada do cliente. Consequentemente, quase todos (98%) os líderes seniores de IT afirmam que os novos investimentos são influenciados pela capacidade de uma ferramenta se integrar à tecnologia existente;
  • Muitos líderes seniores de IT estão a mudar para ferramentas de low-code e no-code para permitir que os utilizadores do negócio possam construir e testar novas experiências. Quase todas as organizações (96%) utilizam atualmente ferramentas low-code e no-code e 36% planeia aumentar a sua utilização ao longo dos próximos 12 meses;
  • Muitas organizações implementam a automação para melhorar as experiências do cliente e a qualidade do produto. Dois terços das organizações (67%) automatizaram de forma parcial ou total as suas operações de IT, e muitas introduziram níveis semelhantes de automação em outras funções do negócio – incluindo apoio ao cliente (59%), finanças (60%), marketing (58%), vendas (56%) e RH (55%). No entanto, os processos totalmente automatizados permanecem bastante baixos – com uma média de 23% das organizações a afirmar que conseguiram alcançá-lo em todas as funções de negócios.  

A atual situação económica deixa os líderes de IT sem escolha – têm de fazer mais com menos. As ferramentas existem para capacitar mais utilizadores a tornarem-se digital builders, e a ajudarem as suas organizações a crescer enquanto melhoram a eficiência. Ao automatizarem processos sempre que possível, os líderes podem obter valor mais rapidamente e acelerar a inovação”, acrescenta Matt McLarty. 

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