CFO entram em 2026 focados em eficiência e disciplina de custos

Segundo o mais recente inquérito da Gartner, a maioria dos CFO planeia que as despesas de vendas, gerais e administrativas cresçam abaixo das receitas, refletindo uma postura prudente face à incerteza económica

CFO entram em 2026 focados em eficiência e disciplina de custos

Os CFO iniciam o ciclo orçamental de 2026 com um objetivo claro: equilibrar as ambições de crescimento com uma gestão disciplinada de custos no meio da incerteza económica. As conclusões são do mais recente inquérito sobre as Premissas Orçamentais de 2026 da Gartner, que recolheu as opiniões de 142 CFO e líderes financeiros seniores entre agosto e setembro de 2025.

De acordo com o estudo, 64% dos CFO estão a planear que os seus orçamento de vendas, gerais e administrativos (SG&A) cresçam mais lentamente do que a taxa de crescimento das receitas em 2026. Mais de metade (54%) prevê que o crescimento das SG&A se situe entre um e cinco pontos percentuais abaixo do crescimento das receitas, sinalizando uma forte intenção de contenção dos custo indiretos, sem deixar de lado o objetivo da expansão das receitas.

Os CFO estão a sinalizar que a eficiência operacional, e não apenas o crescimento das receitas, definirá o sucesso no próximo ano”, refere Randeep Rathindran, Vice-presidente de Investigação da Finance Practice da Gartner. “O foco na disciplina de SG&A reflete um esforço concentrado para dimensionar corretamente as despesas gerais, mesmo com as empresas a procurarem a expansão das receitas”.

Enquanto 37% dos CFO procuram poupanças modestas de 1% a 2% em despesas operacionais (OPEX), uma parcela ligeiramente maior, 42%, procura poupanças mais substanciais de 3% a 5% do OPEX total. Em vez de implementar cortes amplos e generalizados, os CFO estão a calibrar a sua abordagem, procurando uma contenção incremental de custos que preserve as capacidades essenciais e impulsione melhorias de produtividade.

As reduções de SG&A encontram-se mais concentradas em funções onde a tecnologia, a automatização ou o redesenho de processos podem gerar ganhos de eficiência. As áreas mais citadas para reduções orçamentais em 2026 incluem: recursos humanos (57%), IT empresarial (53%), jurídico e compliance (40%), finanças empresariais (36%) e marketing (27%).

Esta tendência reflete uma crescente vontade de repensar as funções de apoio tradicionais, considerando os planos de contratação conservadores e a transformação impulsionada pela Inteligência Artificial (IA). 42% dos CFO preveem algum nível de redução de pessoal impulsionada pela IA nas funções de SG&A ou de apoio, com 33% a prever reduções entre 1 e 5%. Estas premissas de redução de pessoal são esperadas, dada a crescente eficácia da IA na execução dessas tarefas.

Além da SG&A, os CFO estão a apostar na otimização do mix de produtos e na disciplina de pessoal para proteger as margens face ao aumento dos custos. Para 2026, 51% dos CFO esperam um aumento da margem de contribuição para produtos ou serviços essenciais, e 44% antecipam uma mudança de um a cinco pontos percentuais para ofertas com margens mais elevadas no seu mix de produtos. Isto reflete um esforço deliberado para proteger a rentabilidade através da otimização do mix de produtos, em vez de depender apenas da redução de custos.

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