Falta de coordenação mina uso da IA no risco empresarial

Mais de metade das empresas investe em inteligência artificial para gerir riscos, mas falta de governança e coordenação mantém iniciativas presas em modo piloto

Falta de coordenação mina uso da IA no risco empresarial

A AuditBoard conclui que muitas organizações estão a enfrentar um bloqueio na transformação do risco empresarial. O relatório, que combina dados de mais de metade das empresas da Fortune 500 com entrevistas a 400 líderes globais, identifica a chamada “armadilha da maturidade média” como a principal barreira à execução eficaz da Inteligência Artificial (IA) em risco.

Embora 53% das empresas já estejam a implementar ferramentas de IA e 39% a expandir competências em IA e machine learning, a confiança na tecnologia é instável, revela o estudo da plataforma global especializada em inteligência artificial aplicada a riscos conectados. Taxas de aceitação caíram cerca de 30% em julho, depois de um início acelerado nos meses anteriores, devido a falhas na governança e à ausência de propriedade clara das iniciativas.

Além disso, menos de 30% dos líderes sentem-se preparados para os futuros requisitos de regulação da IA, enquanto 70% planeiam reforçar equipas de gestão de risco e 40% as de cibersegurança nos próximos dois anos.

O relatório mostra que dois terços das empresas permanecem isoladas em termos de estrutura, sistemas ou tomada de decisão, e que a execução de iniciativas de risco é marcada por picos esporádicos de atividade que não se mantêm. Entre as cinco dimensões do risco conectado, desde a IA e Automação, a Maturidade de Controlo, a Estruturas e Cobertura, a Colaboração à Disciplina de Riscos e Problemas, a maioria das organizações mostra falta de consistência.

Segundo os autores do estudo, os líderes que conseguem sair da armadilha da maturidade média adotam a governança como vantagem estratégica e transformam a supervisão de risco em hábito contínuo, institucionalizando revisões regulares e alinhando auditoria, risco, conformidade e cibersegurança com indicadores partilhados. Para os mesmos, a IA deixa de ser apenas uma ferramenta e passa a gerar previsibilidade e confiança.

O relatório propõe um roteiro dividido em três fases que passa por clarificar a governança, reforçar a disciplina na execução e consolidar a liderança de mercado. O objetivo é transformar a promessa da IA em resultados concretos. Para Raul Villar Jr., CEO da AuditBoard, o verdadeiro desafio não está no orçamento, mas na capacidade das empresas converterem o investimento numa execução consistente e bem governada.

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