O (futuro de um) contabilista de sucesso

A IT Insight e a Bizdocs organizam um webinar dedicado a contabilistas de sucesso com o objetivo de debater os atuais desafios de digitalização da economia, da simplificação e inovação das atividades empresariais e de suporte à sua atividade

O (futuro de um) contabilista de sucesso

O evento decorreu de forma totalmente virtual e contou com a participação da Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, do Presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), José Eduardo Carvalho, de Carlos Latourrette, CEO da Bizdocs, e de Henrique Carreiro, Diretor da IT Insight.

A IT Insight e a Bizdocs organizaram o Webinar "Contabilista de Sucesso - Histórias de Vida, Visões de Futuro" que abriu o ciclo de debates para compreender tendências do presente e futuro nas empresas, num quadro de mudança económica e tecnológica.
 

Veja aqui o webinar completo

 

Para além dos desafios colocados à profissão de contabilistas certificados e da relação com o PRR, o debate permitiu ainda a partilha sobre o percurso dos oradores, bem como das suas perspetivas para o futuro da profissão em destaque. 

Assim, o perfil do contabilista de sucesso é dividido em duas dimensões: a dimensão da experiência, histórias de vida e daquilo que a experiência proporciona e, por outro lado, numa segunda dimensão, a visão do futuro, ou seja, aquilo que se coloca adiante da experiência.

Para Paula Franco, da Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, o papel do contabilista certificado e do contabilista certificado de sucesso é o papel de um consultor. Ou seja, é aquele que acompanha, um parceiro de negócio. 

O contabilista do passado e o excesso de tarefas, que tinha muito administrativas e pouco desafiadoras, fazia com que esta profissão fosse muito cinzenta. Para ser um contabilista certificado de sucesso é necessário minimizar as tarefas que não trazem valor acrescentado. As tecnologias são extremamente importantes para depois ajudar a parte empresarial, libertármos o papel e as tarefas rotineiras, utilizando os mecanismos informáticos e a desmaterialização”, explica Paula Franco.

A Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados acredita que, no futuro, é preciso utilizar ainda mais mecanismos e fazer com que as empresas de contabilidade avancem para o zero papel, o que é positivo do ponto de vista ambiental, mas também organizacional.

Isto vai ser muito mais atrativo para os jovens. O tratamento documental em quantidade não é apelativo. Portanto, é preciso criar as sinergias necessárias com recurso aos temas, à informática e às tecnologias”, acrescenta.

Na perspetiva de José Eduardo Carvalho, Presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), uma das dificuldades desta profissão é a dificuldade na retenção de recursos humanos e explica que a fidelidade contratual está a mudar nas camadas mais jovens e que não basta apresentar um vínculo contratual por tempo indeterminado. 

Do que é os jovens precisam das empresas? Novas e rápidas aprendizagens, desafios profissionais constantes, integração em equipas e ambientes de trabalho que privilegiam a informalidade”, afirma José Eduardo Carvalho.

Os contabilistas certificados que trabalham nestas empresas prestadoras de serviços num segmento importante da economia portuguesa têm uma exigência contínua de aprendizagem de informação transversal.

Para o Presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) outro dos desafios está relacionado com o redimensionamento.É impossível Portugal continuar com 190 mil empresas com resultados líquidos negativos, 115 mil empresas com capitais próprios negativos e 86 mil com o EBITA que não cobre os encargos financeiros. Os contabilistas certificados têm um papel fundamental para sensibilizar todo este tecido empresarial para a necessidade de ganhar escala, para a necessidade das fusões e aquisições e para a necessidade de cooperação empresarial", diz, acrescentando que “é um imperativo nacional este redimensionamento e só conseguimos isto se conseguirmos mobilizar os contabilistas certificados para este grande imperativo”. 

Henrique Carreiro, Diretor da IT Insight, acredita cada vez menos na utilização da tecnologia para resolução de um problema se as pessoas não forem formadas na metodologia, o que não implica necessariamente serem formadas na tecnologia. 

Assim, existem pessoas com excelentes capacidades tecnológicas, mas o que lhes falta muitas vezes é a evolução metodológica e que tem de ser uma das primeiras prioridades das empresas atuais. 

Há relativamente pouco tempo a tecnologia era considerada apenas para grandes empresas e com grande capacidade de investimento. Aquilo que existe hoje é a lógica de que estamos a trabalhar em grande escala. Portanto, o custo destas tecnologias é partilhado por milhões de pessoas, ou seja, o custo baixa drasticamente” e ainda que “temos um custo de entrada que é gradual. Os custos passaram a ser basicamente custos os de operação”, indica Henrique Carreiro. 

 

O papel da inteligência artificial e automação na simplificação de processos em empresas mais pequenas

As soluções de arquivo digital e de digitalização, como as soluções que a Bizdocs de alguma forma preconiza, podem cumprir a promessa de simplificar a vida das empresas e de tornar o contabilista certificado em consultor e parceiro e menos em administrativo, conferindo-lhe, de alguma forma, uma dimensão estratégica e apoiando as empresas também na sustentabilidade. 

Segundo a visão de Carlos Latourrette, CEO da Bizdocs, “qualquer coisa que façamos no futuro, não vamos conseguir fazer sozinhos. Nós vamos ter que fazer tudo isto em parceria e os parceiros são os contabilistas, as empresas e a tecnologia”. 

A relação que existe do empresário com o escritório tem muitos anos. Era um hábito criado assente em processos que sempre foram assim. A profissão de contabilista certificado é provavelmente das profissões mais mal remuneradas em função do valor que acrescenta. Na pandemia os contabilistas foram o SNS das empresas”, diz ainda.

Para o CEO da Bizdocs, principalmente nos últimos dois anos, houve uma grande recetividade dos escritórios para adotar estas ferramentas de arquivos digitais e de robotização, uma vez que existe uma grande apetência para isso. 

Curiosamente, o que se está a passar é que os contabilistas têm de convencer as empresas a mudar. Ninguém quer papel, mas depois as empresas estão habituadas a fazer os processos de uma maneira e também não querem mudar. Toda esta mudança é para um bem comum. Nós temos todos um problema, não só nesta área, mas todos temos um problema de produtividade porque passamos a vida a fazer trabalho repetido dentro das empresas”, conclui.

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