Portugal prepara-se para receber quatro novos cabos submarinos

Portugal tem processos em curso para a amarração de quatro novos cabos submarinos no país até 2025, incluindo cabos da Google e do Facebook

Portugal prepara-se para receber quatro novos cabos submarinos

Na segunda conferência “Encontros na ZILS: Sines Tech, EU-Atlantic Data Gateway Platform”, dedicada à infraestrutura da transição digital, foram debatidos os atributos únicos de Sines para acolher Estações de Amarração de Cabos (CLS – Cable Landing Stations) submarinos de telecomunicações e instalar grandes data centers em linha com a Plataforma EU-Atlantic Data Gateway para a economia digital da Europa.

O Sines Tech – Innovation & Data Center Hub encontra-se na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), gerida pela AICEP Global Parques. Filipe Costa, CEO da AICEP Global Parques, aposta na atração de um ecossistema de centro de dados pontos de interligação dos cabos submarinos transoceânicos de tráfego de dados: “o Sines Tech vem acolher as infraestruturas que Portugal precisa para desenvolver uma verdadeira economia digital e estar inserido nas grandes da Internet”, refere.

Promovida pela AICEP Global Parques - Gestão de Áreas Empresariais e Serviços e pela ADRAL - Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, esta conferência teve como ponto alto o anúncio de processos em curso para a amarração de quatro novos cabos submarinos em Portugal até 2025. Nomeadamente, o Equiano da Google, o 2Africa do Facebook e o Medusa da AFR-IX, que se juntam ao já existente cabo de dados de fibra ótica Ellalink, que atualmente liga a Europa (em Sines) à América do Sul (em Fortaleza).

O CEO da Medusa Submarine Cable System, Norman Albi, presente no painel dedicado às “Estações de Cabos Submarinos e Centros de Dados em Sines”, explicou que o processo de autorização para a amarrar o cabo submarino Medusa em Sines e na praia em Carcavelos está em vias de ser finalizado. O investimento global do Medusa está orçamentado em 326 milhões de euros para uma capacidade de 480 Tbps. Este novo cabo tem como centro o Mediterrâneo com a ligação entre cinco países europeus (Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia), quatro países do Norte de África (Marrocos, Argélia, Tunísia) e Turquia.

Quanto a data centers, destaque para Start - Sines Transatlantic Renewable & Technology Campus, projeto de instalar na ZILS o que será o maior campus de processamento e armazenamento de dados alimentado por energias renováveis na Europa, cum investimento de 3,5 mil milhões de euros e que vai empregar 1.200 pessoas.

Foi também anunciada a criação de uma one-stop-shop para amarração de cabos no painel sobre “Regulação e Licenciamentos Nacionais”, com a presença da ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações, da DGRM - Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos e da APA - Agência Portuguesa do Ambiente. Esta será uma solução online de pré-registo para a agilizar procedimentos e burocracias para os projetos nesta área, uma flexibilização determinante para o posicionamento competitivo de Portugal.

O Sines Tech apresenta-se como um local competitivo para o desenvolvimento deste ecossistema de empresas de infraestrutura tecnológica: rede elétrica de alta e muito alta tensão; fornecimento de energias renováveis; disponibilidade de água (para arrefecimento); conectividade do porto de águas profundas (para a amarração de cabos de dados vindos de qualquer parte do Mundo); interligações terrestres de telecomunicações comunicação, localização geográfica e segurança.

Foi recentemente criada a Comunidade Sines Tech – Innovation & Data Center Hub que procura juntar várias entidades públicas e privadas para desenvolver um cluster de tecnologias de informação e comunicação em Sines, incluindo a Câmara Municipal de Sines, a AICEP Global Parques, o grupo EllaLink, a Fast Fiber, a Unidade de Computação Científica Nacional da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCCN/FCT), a IP Telecom, a REN Telecom, o Sines Tecnopolo e o Start– Sines Transatlantic Renewable & Technology Campus. Esta comunidade tem como visão intrínseca a criação de um ecossistema digital aberto, onde dados possam ser disponibilizados e partilhados de forma segura, respeitando a regulação europeia.

Esta conferência foi organizada no âmbito do programa Invest in Alentejo, iniciativa liderada pela ADRAL e financiada pelo Programa Alentejo 2020, que tem como missão reforçar a internacionalização de bens e serviços da região Alentejo.

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