Apenas 10% das empresas obtêm retorno financeiro da inteligência artificial

Um estudo do Boston Consulting Group indica que apenas 10% das empresas obtêm retornos financeiros da utilização de inteligência artificial, apesar de a capacidade de aprendizagem conjunta entre humanos e tecnologia ser fundamental

Apenas 10% das empresas obtêm retorno financeiro da inteligência artificial

Apesar do aumento do investimento em Inteligência Artificial (IA), apenas 10% das empresas estão a obter um retorno financeiro significativo com esta tecnologia, conclui o estudo “Expanding IA’s impact with organizational learning”, realizado pelo MIT Sloan Management Review, pela BCG GAMMA e pela BCG Henderson Institute. Segundo estas organizações, o sucesso depende não apenas da interação entre humanos e máquinas, mas da capacidade de ambos aprenderem em conjunto.

O estudo destaca o papel frequentemente subestimado da aprendizagem mútua entre humanos e máquinas na geração de valor com o uso de IA. As empresas que utilizam vários tipos de interação e feedback entre humanos e IA têm 6 vezes mais probabilidade de amplificar o seu sucesso. Esta probabilidade também aumenta, em 19%, com a criação de oportunidades para desenvolvimento de capacidades básicas de infraestrutura, talento e estratégia para a IA; em 18%, com a utilização da tecnologia para outros potenciais usos além da automação; e em 34%, com a implementação de aprendizagens na organização baseadas na interação regular, através de ciclos de feedback, entre humanos e IA.

Hoje em dia não há nenhuma grande organização que não entenda que o domínio da informação e a capacidade de aplicar IA são imperativos estratégicos. Contudo, este estudo demonstra que uma boa parte ainda não sabe como o fazer, e também que os fatores de sucesso mais importantes poderão surpreender muitos executivos: o fator mais crítico na criação de valor a partir da IA não são os algoritmos, nem sequer a tecnologia, é o fator humano nesta equação”, afirma José Ferreira, Managing Director & Partner da BCG Portugal.

As organizações que aprendem com o uso de IA partilham três características essenciais e que representam um aumento de 73% na probabilidade de serem bem-sucedidas: facilitam a aprendizagem sistemática e contínua entre humanos e máquinas; desenvolvem várias maneiras destes interagirem, e mudam para aprender e aprendem a mudar.

O estudo revela ainda que, em comparação com os resultados de 2017, 70% dos líderes globais entrevistados entendem como a IA pode gerar valor de negócio (um aumento de 13 p.p.), 59% assume ter uma estratégia de IA (um aumento de 20 p.p.) e 57% afirma que as suas empresas estão a testar ou implementar a tecnologia (um aumento de 11p.p.).

Já para David Kiron, coautor do estudo, “uma grande conclusão deste relatório é que as empresas precisam calibrar os seus investimentos em tecnologia, pessoas e processos de aprendizagem. Os investimentos financeiros em tecnologia e pessoas são importantes, mas investir capital social na aprendizagem é fundamental para criar valor significativo com a IA”.

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