Mais de metade das pequenas e médias empresas na Europa não sabe onde estão armazenados os seus dados. A confiança na localização do armazenamento está a tornar-se um fator crítico na escolha dos fornecedores
A maioria das pequenas e médias empresas (PME) na Europa desconhece se os seus dados estão armazenados dentro das fronteiras da União Europeia. A conclusão é do primeiro relatório da team.blue, intitulado “Data Hosting In Europe: Insights & Shift”, que procurou aferir o sentimento das empresas europeias quanto à localização do seu armazenamento de dados. De acordo com o estudo, 57% das PME inquiridas afirmam não saber se os seus fornecedores de serviços em cloud garantem o armazenamento dos dados na União Europeia. Ainda assim, 51% indicam um aumento do interesse ou preocupação por parte das partes interessadas, sobretudo clientes e membros da direção, sobre onde residem os dados. A confiança e a soberania digital surgem como fatores determinantes nas decisões das empresas, com o relatório revelar que 72% das PME expressam preocupações com o armazenamento de dados nos Estados Unidos, e apontam receios relacionados com questões geopolíticas e económicas. Como consequência, 21% das empresas consideram mudar de fornecedor. A pesquisa, que contou com a participação de uma variedade de negócios, revela ainda que 32,1% das empresas inquiridas utilizam atualmente os serviços da team.blue para armazenar os seus dados. Seguem-se o Google Cloud (13,2%) e o Microsoft Azure (13%). No entanto, nem todas as PME têm clareza sobre a sua infraestrutura digital, uma vez que cerca de 13% gerem internamente as suas soluções de armazenamento, enquanto 6% desconhecem totalmente onde os dados se encontram alojados ou não utilizam qualquer solução. Para Kwaku Yeboah-Antwi, diretor de IA e dados da team.blue, os resultados espelham uma mudança estrutural e considera que “este não é apenas mais um problema técnico; é uma questão de confiança e resiliência de longo prazo. Os clientes são a força motriz por trás desse sentimento, pressionando as empresas a agir com responsabilidade”. As conclusões surgem num contexto em que muitas PME procuram simplificar os seus ambientes digitais, e recorrem a ecossistemas integrados em detrimento de ferramentas isoladas. O relatório sublinha ainda que a tendência se volta para a consolidação e centralização dos serviços. Claudio Corbetta, CEO da team.blue, sublinha a importância da confiança como critério decisivo, já que “não se trata apenas de desempenho ou preço; trata-se de controlo, conformidade e confiança”. Na sua visão, o futuro digital da Europa será construído sobre ecossistemas digitais coesos, capazes de responder às exigências crescentes de segurança e soberania. |