Browsers com IA oferecem eficiência, mas representam ameaça grave à segurança

A análise destaca que respostas enviesadas, interações automáticas com sites maliciosos e falta de controlo sobre dados podem gerar incidentes sérios em ambiente empresarial

Browsers com IA oferecem eficiência, mas representam ameaça grave à segurança

Uma análise recente da Gartner, à qual a ZDNET teve acesso, deixa um alerta claro para as empresas: é cedo demais para adotarem browsers com agentes de Inteligência Artificial (IA). Segundo a consultora, esta nova geração de browsers está a alterar profundamente a forma como se navega, pesquisa e gere tarefas online, mas ainda levanta riscos sérios.

Com a IA a expandir-se para todos os setores, a sua chegada aos navegadores era inevitável. A Gartner destaca que não só os principais fabricantes estão a testar funcionalidades inteligentes para pesquisa, apoio ao utilizador ou segurança, como também surgiram novos players dedicados exclusivamente a este nicho, incluindo empresas como a OpenAI e a Perplexity.

Os browsers com IA podem, de facto, acelerar pesquisas, resumir conteúdos e personalizar a navegação. No entanto, eficiência não significa infalibilidade. As respostas geradas por assistentes integrados podem estar erradas, incompletas ou enviesadas — e isto é apenas parte do problema.

Num relatório intitulado “Cybersecurity Must Block AI Browsers for Now, os analistas da Gartner defendem que estas ferramentas introduzem riscos críticos para a segurança digital. Dennis Xu, Evgeny Mirolyubov e John Watts sublinham que as configurações padrão dão prioridade à experiência fluida do utilizador, deixando a segurança em segundo plano.

Como estes navegadores podem executar ações autónomas, interagir com sites em nome do utilizador e apresentar conteúdos que influenciam decisões — mesmo quando esses conteúdos são maliciosos — torna-se fácil imaginar cenários problemáticos tanto para consumidores como para empresas.

Um assistente de IA pode, por exemplo, envolver-se inadvertidamente com um website malicioso. Do lado das empresas, um funcionário pode enviar dados sensíveis para um agente de IA sem ter clareza sobre onde é que essa informação é guardada ou como será usada. Caso o backend na cloud não esteja devidamente protegido, o resultado pode ser uma violação grave.

A Gartner alerta também que muitos trabalhadores podem recorrer a estes navegadores ou assistentes para automatizar tarefas rotineiras. Ainda que possa aumentar a produtividade, a sua utilização pode gerar efeitos secundários indesejados, tais como, por exemplo, uma maior dependência da IA para completar módulos de formação em cibersegurança sem realmente aprender o essencial.

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