Mais de metade das empresas europeias expostas a ataques da cadeia de valor

O novo Cyber Readiness Report da Acronis revela que mais de 80% das empresas globais não estavam preparadas para a transição para o trabalho remoto

Mais de metade das empresas europeias expostas a ataques da cadeia de valor

O Cyber Readiness Report da Acronis é desenvolvido com o objetivo de fornecer uma visão abrangente do panorama atual de cibersegurança e dos desafios enfrentados pelas empresas e trabalhadores remotos a nível global. A investigação de 2020 revela que mais de 80% das empresas globais não estavam preparadas para a transição para o trabalho remoto – expondo as principais vulnerabilidades para as quais as empresas têm de desenvolver soluções. 

Com base no inquérito a 3.600 gestores de IT e trabalhadores remotos de PME em 18 países em todo o mundo, o relatório nota que 53% das empresas têm uma falsa sensação de segurança no que diz respeito a ataques na cadeia de valor e apesar dos recentes ataques à conhecida SolarWinds ou Kaseya, os líderes de IT acreditam que usar "software conhecido e confiável" é proteção suficiente – fazendo deles um alvo fácil, conta o relatório. 

Além disso, três em cada dez empresas reportam enfrentar um ciberataque pelo menos uma vez por dia e apenas 20% das empresas disseram não ter sido atacadas. Os dados significam uma queda de 32% em 2020, revelando que os ataques estão a aumentar em volume. “A indústria de cibercrime provou ser uma máquina bem oleada este ano – contando com técnicas comprovadas de ataque, como phishing, malware, DDoS e outros. Os atores de ameaças estão a expandir cada vez mais os seus alvos, enquanto as organizações são retidas pela crescente complexidade da infraestrutura de IT", afirmou Cândido Wuest, vice-presidente da Cyber Protection Research. 

Os tipos de ataques mais comuns atingiram níveis recorde este ano. Os ataques de phishing, por exemplo, continuam a crescer e são agora o maior tipo de ataque, numa parcela de 58%. Os ataques de malware  também estão a aumentar em 2021, pelo que foram detetados por 36,5% das empresas – um aumento de 22,2% em 2020.

Contudo, é de notar que este ano foi o ano de phishing – a procura de soluções de filtragem de URL cresceu dez vezes desde 2020 – com  20% das empresas globais a reconhecerem agora o perigo que o phishing representa para o seu negócio. Apesar da crescente consciencialização sobre a multi-factor authentication (MFA), quase metade dos gestores de IT (47%) ainda não estão a usar esse tipo de soluções, uma vez que ou não veem qualquer valor na solução ou consideram-na demasiado complexa para ser implementada, deixando os negócios mais propensos a ataques de phishing. 

O relatório explica ainda que a procura de soluções antivírus cresceu 30% – de 43% no ano passado para 73,3% em 2021, mas as empresas estão apenas a descobrir que a simples utilização de soluções antivírus não funciona contra ameaças modernas. Nesse sentido, houve a procura de soluções antivírus com backup e disaster recovery integrados – de 19% em 2020 para 47,9% este ano.

A procura de avaliações de vulnerabilidades e gestão de patches também cresceu significativamente, de 26% em 2020 para 45% em 2021, em parte devido ao aumento do volume de vulnerabilidades em software crítico e in-core como servidores Microsoft Exchange, Chrome ou Apache webservers. Aumentou também em três vezes a procura de ferramentas de monitorização e gestão remotas melhores e mais seguras – de 10% para 35,7% este ano. 

É de notar que os colaboradores remotos são os alvos mais atraentes dos cibercriminosos. Um em cada quatro relatou ter lutado contra a falta de apoio de IT como um dos principais desafios que enfrentaram este ano. Os três principais desafios tecnológicos identificados em todo o mundo dizem respeito à conectividade a utilização de VPN e outras medidas de segurança e a falta de suporte IT.

Além disso, em média, um em cada cinco  funcionários remotos é alvo de ataques de phishing, recebendo mais de vinte e-mails de phishing por mês – com 71% dos inquiridos a confirmarem serem alvos todos os meses. Apesar dos perigos crescentes para os colaboradores, o trabalho remoto veio para ficar e as equipas de IT precisam de se preparar, nota a Acronis. "Apenas um pequeno número de empresas tiraram tempo para modernizar o IT com proteção de dados e cibersegurança integrada. O cenário de ameaças vai continuar a crescer e a automação é o único  caminho para uma maior segurança, custos mais baixos, melhor eficiência e riscos reduzidos", conclui Candid Wuest.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 49 Maio 2024

IT INSIGHT Nº 49 Maio 2024

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.