O estudo da Randstad revela que setores como construção, saúde e logística continuam a liderar em procura e salários em Portugal, enquanto o setor de IT mantém-se como o mais competitivo
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Apesar do avanço da Inteligência Artificial (IA) e da automação, os setores tradicionais como construção, saúde e logística continuam a liderar em termos de procura de profissionais e remunerações em Portugal. A conclusão é do estudo “Tendências Salariais 2025”, divulgado pela Randstad Research, que analisa as dinâmicas salariais e de empregabilidade no país. Segundo o relatório, a transformação digital está sobretudo a impactar funções administrativas e repetitivas, mas simultaneamente a criar novos perfis qualificados em áreas como Big Data, fintech, cibersegurança, energias renováveis e IA. No entanto, a economia real mantém uma forte necessidade de profissionais em setores estruturantes, contrariando a ideia de que a tecnologia elimina, de forma linear, postos de trabalho. O estudo destaca ainda que o IT continua a ser o setor mais competitivo, com salários que podem atingir 55 mil euros/ano, refletindo a escassez de especialistas em cloud, IA e data engineering. O setor de Life Sciences & Healthcare regista remunerações que ultrapassam os 45 mil euros/ano, revelando a pressão estrutural sobre o sistema de saúde. Áreas como Marketing e Vendas apresentam grande amplitude salarial, impulsionadas pela digitalização do comércio. Em contraste, as funções de Finanças, Recursos Humanos e Jurídica apresentam salários mais modestos, em torno dos 32 mil euros/ano. “A automação e a inteligência artificial não significam o fim do trabalho, mas uma mudança profunda na sua natureza. Para os profissionais, investir em competências digitais será cada vez mais essencial para garantir relevância no futuro do trabalho”, sublinha Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal. O estudo combina dados internos da Randstad com estatísticas do INE e relatórios internacionais como o Future of Jobs Report 2025 do World Economic Forum, permitindo identificar não só intervalos salariais por setor, mas também padrões de procura de talento ao longo do tempo. A Randstad alerta que, num mercado cada vez mais competitivo, tanto empresas como profissionais precisam de se preparar: as primeiras com políticas salariais mais atrativas e estratégias de retenção, e os segundos com foco em competências digitais e capacidade de adaptação. |
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