Setor de IT é o que mais quer contratar no próximo trimestre

Novo estudo mostra que IT, Energia e Utilities, Serviços de Comunicação e Bens e Serviços de Consumo são os setores com as previsões de contratação mais otimistas

Setor de IT é o que mais quer contratar no próximo trimestre

Os mais recentes sinais positivos na economia portuguesa, com a redução na taxa de inflação e a subida nas projeções de crescimento do PIB, estão a melhorar as perspetivas de contratação das empresas nacionais para o terceiro trimestre do ano. De acordo com o ManpowerGroup Employment Outlook Survey, 41% dos empregadores preveem aumentar as suas equipas, face a 14% que anteveem uma redução, enquanto 43% das empresas esperam manter o seu atual número de colaboradores. 

Os dados do estudo revelam uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de mais 27% para o terceiro trimestre de 2023, um valor já ajustado sazonalmente e que reflete uma subida de 11% face ao segundo trimestre deste ano. Contudo, a projeção traduz uma descida ligeira de 4%, na comparação com o período homólogo de 2022, quando a generalidade dos setores registava uma forte recuperação pós-pandémica e ainda não eram notados efeitos decorrentes do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Estes valores posicionam Portugal ligeiramente abaixo da média global, mas acima da região da EMEA, com mais 7%. Além disso, apenas quatro países deste território têm perspetivas de contratação mais otimistas: Países Baixos, África do Sul, Reino Unido e Alemanha. Portugal é, ainda, o país desta Região que mais cresce nas intenções de contratação, comparativamente ao último trimestre do presente ano.

Apesar de 2023 ter começado com sinais de estagnação ou mesmo de desaceleração económica, fomentada pelos desequilíbrios nas cadeias de abastecimento, pela inflação e o aumento das taxas de juro, a evolução da economia portuguesa, nos últimos meses, contrariou esse pessimismo e as previsões atuais de crescimento do PIB e de abrandamento da inflação refletem-se num maior otimismo dos empregadores relativamente às suas previsões de contratação no próximo trimestre. Apesar de positivas, estas ambições de contratação traduzem, no entanto, um desafio importante para as empresas, no que respeita à atração de profissionais, uma vez que a escassez de talento permanece em níveis historicamente altos, em 84%, fazendo de Portugal o quarto país do mundo onde este valor é mais elevado”, explica Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal.

Os empregadores dos nove setores analisados em Portugal esperam aumentar as suas equipas no terceiro trimestre do ano, e oito destes setores têm intenções de contratação mais otimistas, face ao segundo trimestre de 2023. Por outro lado, sete reduzem as suas projeções face ao período homólogo de 2022.

O setor das Tecnologias da Informação é o que apresenta as intenções de contratação mais vigorosas, com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de mais 44%, o que representa uma subida de 12% face ao período entre abril e junho do presente ano, mas que se traduz numa descida moderada de 7% face ao mesmo período do ano passado.

Na lista dos setores com a projeção mais otimista está também o das Energia e Utilities com mais 37%, o que espelha uma subida de 8% relativamente ao trimestre anterior. Segue-se o setor dos Serviços de Comunicação, que incluem telecomunicações e media, e que apresenta uma Projeção robusta de mais 32%. No entanto, este valor traduz uma ligeira descida, de 3%, face ao último trimestre e de 2% face ao mesmo período do ano passado.

Já o setor de Bens e Serviços de Consumo, que contempla as atividades de Retalho, Distribuição, Hotelaria e Indústria de Bens de Consumo, apresenta uma Projeção de mais 30%, sendo dos setores que mais cresce face ao segundo trimestre do ano, com uma subida de 14%. No entanto, quando comparada com o terceiro trimestre de 2022, a projeção abranda 7%. 

O setor dos Transportes, Logística e Automoção, que situa a sua projeção em mais 25%, assume também uma evolução positiva considerável face ao trimestre anterior (mais 14%), seguido do setor da Indústria Pesada e Materiais, que abrange também os subsetores da Agricultura e Construção, e que apresenta uma Projeção saudável de mais 23%. Estas intenções de contratação revelam um crescimento de 8% face ao segundo trimestre deste ano, mas um abrandamento ligeiro de 4% face ao período homólogo de 2022.

Com uma projeção sólida, a fixar-se nos mais 21%, surge o setor das Finanças e Imobiliário, valor que espelha uma das evoluções mais positivas face ao último trimestre, de 14%, mas uma queda acentuada de 22% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

Por fim, a área da Saúde e Ciências da Vida apresenta a Projeção mais conservadora, com mais 6%, o que traduz uma subida de 3% face ao segundo trimestre do ano, mas uma descida de 23%, se comparada com o mesmo período de 2022.

De Norte a Sul de Portugal, os empregadores de todas as regiões avançam com previsões otimistas de contratação para o terceiro trimestre do ano, e todas evoluem positivamente face aos meses de abril a junho de 2023. Porém, quando comparadas com o período homólogo de 2022, há um abrandamento das perspetivas de contratação em todas as regiões menos uma.

Em contraste com o registado nos últimos trimestres, a Região Centro é a que apresenta uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais robusta, a fixar-se nos mais 32%, o que se reflete num crescimento de 27% face ao último trimestre – o mais acentuado de todas as regiões – e numa evolução positiva de 8%, quando comparada com o período homólogo de 2022.

Seguem-se depois o Grande Porto e a Grande Lisboa, com uma Projeção de mais 30% e 29%, respetivamente. Na primeira região, esta previsão demonstra uma estabilização face ao último trimestre, apenas registando a subida de 1% e uma queda ligeira de 2%, face ao mesmo período do ano passado. Já na Grande Lisboa, a projeção revela um maior otimismo face ao trimestre passado, com as previsões de contratação a crescerem 13%, mas a diminuírem 2% face ao terceiro trimestre do ano passado.

A Região Sul surge como a quarta com a Projeção mais respeitável, a fixar-se nos mais 21%, o que equivale a uma evolução positiva de 11% face ao último trimestre, mas um decréscimo considerável, de 13% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Também com uma Projeção positiva surge a Região Norte, com o valor de mais 16%. Esta vem revelar uma subida de 3% face ao período de abril a junho, mas uma descida de 8% face ao período homólogo de 2022.

As quatro categorias de empresas, independentemente da dimensão, avançam com previsões de contratação positivas para o terceiro trimestre de 2023, mas apenas duas das categorias assumem uma evolução positiva face ao período compreendido entre os meses de abril a junho de 2023, e só um tipo de organização evolui positivamente em relação ao período homólogo do ano passado.

Com a previsão mais robusta e próspera está a categoria das Médias Empresas, cuja Projeção para a Criação Líquida de Emprego se fixa em mais 38%. Este valor animador traduz-se ainda num crescimento acentuado de 27% face ao trimestre passado e numa evolução positiva de 9%, comparativamente ao mesmo período do ano passado.

As Grandes Empresas apresentam a segunda Projeção mais forte, com mais 29%, o que revela um crescimento de 12% face ao segundo trimestre do ano. No entanto, se comparada com o mesmo período do ano passado, regista-se um abrandamento ligeiro de 3%.

Seguem-se as empresas de Pequena Dimensão e as Microempresas, com uma Projeção para o terceiro trimestre de mais 19% e 18%, respetivamente. Os valores das duas categorias, quando comparadas com o segundo trimestre do ano, registam um decréscimo das previsões em 1% e 7%, respetivamente. Com a mesma tendência, quando comparada com o período homólogo de 2022, mostra-se um decréscimo considerável de 12% nas Pequenas Empresas e de 9% nas Microempresas.

A Projeção para a Criação Líquida de Emprego a nível global apresenta-se mais forte, com um valor de mais 28%, registando um crescimento de 5% face ao segundo trimestre do ano. No entanto, e seguindo a tendência registada em Portugal, a Projeção desce 4% se comparada com o mesmo período do ano passado.

Todos os 41 países e territórios inquiridos apresentam perspetivas de contratação positivas, com 11 países a revelam um abrandamento face ao trimestre anterior e 30 face ao mesmo período do ano passado.

Na Região EMEA, onde se situa Portugal, a projeção é de 20%, situando-se 2% acima da registada no último trimestre. Países Baixos, África do Sul e Reino Unido revelam as intenções de contratação mais animadoras, a situarem-se nos 39%, 34% e 29%.

A nível mundial, a Costa Rica avança com a Projeção mais otimista, de +43%, seguida dos Países Baixos, com mais 39% e do Peru, a fixar-se nos 38%. Por outro lado, a Argentina avança com a Projeção mais moderada, de 6%, seguida pela Eslováquia, com 10%, e pela Áustria e Itália, ambas com 11%.

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