A Gartner recomenda um modelo de custo de serviço em seis etapas para ajudar os responsáveis pela supply chain a identificar a verdadeira rentabilidade de produtos e clientes
A Gartner defende que os diretores da supply chain (CSCO) devem adotar um modelo de custo de serviço (CTS) em seis etapas para apurar com maior precisão a rentabilidade das suas operações. De acordo com Marco Sandrone, VP Analyst in Gartner's Supply Chain practice, muitas empresas continuam a desconsiderar fatores como atributos dos produtos ou diferenciação de serviços na avaliação da rentabilidade. Esta abordagem pode levar a decisões distorcidas num momento em que as lideranças exigem maior clareza sobre a viabilidade de produtos e clientes, especialmente perante a incerteza económica atual. A investigação da Gartner mostra que as práticas contabilísticas tradicionais não capturam os custos indiretos associados ao apoio a determinados produtos e clientes, precisamente devido à complexidade envolvida. Embora alguns CSCO já tenham consciência da baixa rentabilidade de partes do seu portfólio, muitos ainda carecem de uma metodologia estruturada para enfrentar este desafio. O modelo CTS proposto pela Gartner pretende responder a essa lacuna, com uma abordagem que permite identificar os verdadeiros custos das operações. A primeira etapa consiste em mapear os componentes de custo, especialmente os indiretos, como logística, armazenamento ou serviços adicionais. Neste ponto, a colaboração com equipas financeiras é considerada essencial. Depois de definido o escopo da análise – muitas vezes iniciando por projetos-piloto num país ou linha de produto – os custos devem ser associados aos seus reais drivers. Só assim se pode garantir uma alocação mais precisa, baseada em dados concretos sobre o que gera os custos dentro da supply chain. Na quarta etapa, os custos são quantificados por atividade. Enquanto alguns, como taxas de transporte direto, são facilmente identificáveis, outros exigem aproximações. Para isso, é recomendado focar-se em dados do ano anterior, de forma a obter uma visão realista e contextualizada. A quinta fase permite então expor a verdadeira lucratividade ao nível de cada transação, através do cruzamento dos custos reais com as vendas realizadas. Por fim, as organizações devem usar estas informações para tomar decisões estratégicas: desde renegociações de contratos pouco rentáveis até à reestruturação de portfólios ou melhorias operacionais. |