COVID-19 força empresas a adotar equilíbrio entre a vida profissional e pessoal

A pandemia fez com que muitos funcionários começassem a trabalhar remotamente e, muitas das vezes, a dividir as suas capacidades entre o trabalho, família e tarefas domésticas

COVID-19 força empresas a adotar equilíbrio entre a vida profissional e pessoal

A pandemia do coronavírus levou a que grande parte das empresas começasse a trabalhar de casa.
Ao mesmo tempo, as creches e escolas também fecharam, o que significa que as crianças estão agora em casa e até o CEO do  Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu que cuidar das suas duas filhas jovens em casa, em conjunto com  sua mulher é "uma grande mudança".

Assim sendo, cabe aos pais dividir a sua atenção entre trabalho, educação, cuidados com as crianças e necessidades familiares ao longo do dia.

A plataforma Zoom afirma que registou um aumento de 700%  nas reuniões noturnas durante a semana desde fevereiro, e um aumento de 2.000% nas reuniões no fim de semana. Durante décadas foi vendida uma utopia operária e a promessa de que só se alcançam objetivos se o funcionário estiver disposto a trabalhar um grande número de horas extras.

Embora as empresas de tecnologia sejam conhecidas pelas suas generosas políticas de licença, oferecendo muito mais do que as 12 semanas de licença médica e familiar não remunerada, exigida pela lei dos EUA, existem alguns funcionários que afirmam que a pressão se intensificou desde que ficaram presos em casa.

O LinkedIn, conhecido pela sua cultura de trabalho focada nos funcionários, explica que não tolera retaliações contra ninguém por tirar proveito dos benefícios que dispõe e oferece aos seus funcionários uma maneira de relatar anonimamente problemas que possam ter relativamente a este tema. A empresa de redes sociais oferece ainda 12 semanas adicionais de licença emergencial remunerada para ajudar os seus 16 mil funcionários a gerir a sua vida durante a crise.

Muitos são os funcionários da Apple e da Uber que se sentem sobrecarregados e sem muita margem de manobra para cuidar dos seus filhos. Mais de metade dos 6.163 pais que trabalham remotamente e que utilizam a plataforma Blind, acreditam que o seu trabalho não está com a mesma qualidade, quando comparado com o dos seus colegas. Aliás, 61% destes funcionários, incluindo funcionários do Google e do Facebook, admitem utilizar pelo menos três horas extras por dia para concluir as suas funções.

Posto isto, são cada vez mais as empresas que repensam as suas práticas e a forma como tratam os funcionários.

Foi a 16 de abril que a Google estendeu um plano especial de licença familiar remunerada durante a crise, dando até14 semanas de folga remunerada (ou 28 semanas de intervalo) para ajudar os seus mais de 103 mil funcionários a cuidar das suas famílias e por isso, foram quase 1.000, os funcionários que assinaram uma carta interna de agradecimento à empresa.

O Facebook seguiu um modelo semelhante para os seus cerca de 45 mil funcionários, anunciando em março que fornecerá até quatro semanas de licença remunerada enquanto as escolas estão fechadas e encorajou os gestores a oferecer horários flexíveis de trabalho aos seus trabalhadores.
Já a Apple garante que aumentou as comunicações com gerentes desde o início do surto para que estes sejam orientados de maneira a ajudar proativamente os seus funcionários.

Ato de equilíbrio entre a vida profissional e o trabalho

Ainda assim, 28% dos adultos dos EUA de uma variedade de indústrias afirma que o seu empregador "não fez nada em resposta às preocupações do surto de COVID-19", de acordo com uma pesquisa da The Harris Poll for Glassdoor. E apenas 16% dos entrevistados disseram que as empresas ofereceram licença suplementar remunerada ou não remunerada.

"O trabalho não voltará a ser como era", afirma Jennifer Davis,vice-presidente sénior de comunicações globais da Dell. "É preciso gerir a necessidade de flexibilidade e que não há problema em ter uma vida profissional e doméstica em conjunto."

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