Começou uma caça às bruxas?

Os últimos dias têm sido profícuos no lançamento para a opinião pública de suspeitas sobre marcas que fazem “batota” com os seus produtos. Agora calhou a vez aos televisores da Samsung.

Começou uma caça às bruxas?

O escândalo da falsificação de resultados por parte do grupo alemão Volkswagen teve um efeito multiplicador sobre os sempre presentes “rumores” e teorias conspirativas que poluem a Internet e alguma comunicação social. Entre os inúmeros casos aos quais pouco crédito deve ser atribuído, sobressaem o “não caso” sobre o Windows 10 “espiar utilizadores” e, ontem, o “não caso” da Samsung fazer batota sobre o consumo energético dos seus televisores.

O assunto foi levantado pelos laboratórios independentes da Complian TV, que descobriu que a eficiência energética das televisões Samsung é melhor durante as fases de teste do que quando em utilização pelo cliente, e teve eco em toda a imprensa a partir do momento em que o britânico The Guardian publicou a história.

Antes de mais temos de ter alguma perspetiva sobre o que falamos. O consumo energético de um televisor não é sequer relevante em termos de impacto no consumo de uma casa. Não estamos a falar do consumo da máquina de lavar, nem do frigorífico, nem do grelhador ou do aquecedor de toalhas, etc. É só do televisor. Para um televisor atual de 32” estamos a falar de menos de 50w. Se falarmos de um grande ecrã de 48” algo perto dos 150w. De qualquer das formas, uma fração apenas do que um CRT há uns 10 anos consumia para igual tamanho de imagem.


A polémica sobre os televisores Samsung está ligada a uma função de redução da luminosidade, logo do consumo, chamada de “motion lighting”, que foi aprovada pela Comissão Internacional Eletrotécnica e serve para “modelar melhor o nível médio imagético”.

Os laboratórios da Complian TV também afastam o termo “fraude” , e falam apenas em critérios pouco realistas com que os teste de consumo são realizados.

A Samsung reagiu em comunicado afirmando que “esta é uma funcionalidade  padrão (motion lighting) que funciona do mesmo modo no laboratório como em casa, ou seja, não é ligada apenas em testes de conformidade. É uma caraterística “out-of-the-box”, ou seja, que é automaticamente ativada quando o cliente recebe o aparelho de TV, e que permanece ligada sempre que o cliente opta por ver TV no modo de visualização “padrão”.

Seguramente que este “não caso” vai morrer por aqui, o que parece que não vai parar por aqui são as ondas de choque do caso Volkswagen, sob a forma de suspeitas sobre uma multiplicidade de outras marcas e produtos.

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