Numa era de crescente solidão, um estudo da McLean & Company revela que promover uma ligação autêntica entre os colaboradores é crucial, mas continua a ser uma área negligenciada pela maioria das empresas
Num contexto marcado por solidão crescente e incerteza, a necessidade de pertença no local de trabalho tornou-se central para o bem-estar, a produtividade e a resiliência das equipas. No entanto, uma nova investigação da McLean & Company revela que este aspeto crucial continua a ser negligenciado pela maioria das organizações. A pesquisa sublinha que a capacidade de criar ligações autênticas e significativas no trabalho está diretamente relacionada com resultados de negócio essenciais, como a inovação, o envolvimento dos colaboradores e o crescimento da receita. Ainda assim, apenas 31% dos líderes de Recursos Humanos (RH) indicaram um aumento efetivo do investimento em iniciativas de pertença, apesar do seu comprovado impacto positivo. “Pertencer é uma força unificadora num mundo dividido e desconectado”, afirma Elysca Fernandes, diretora de Recursos Humanos e Serviços de Consultoria da McLean & Company. “Tem o potencial de transformar as nossas experiências individuais e coletivas, alargando os nossos horizontes para alcançar melhores resultados, tanto agora como no futuro”. Segundo os dados recolhidos, colaboradores que se sentem confortáveis a ser autênticos no local de trabalho têm 5,7 vezes mais probabilidade de se envolver ativamente nas suas funções e 70% mais de permanecer na organização. Já aqueles que percecionam as suas contribuições como significativas têm 3,5 vezes mais probabilidade de gerir eficazmente o stress. Além disso, equipas que observaram aumento de investimento em pertença por parte da organização revelaram 54% mais probabilidade de avaliar positivamente o crescimento da receita. A McLean & Company alerta que a pertença não é espontânea, especialmente em ambientes híbridos e distribuídos, onde as interações humanas são menos frequentes e muitas vezes superficiais. A criação de um sentido de pertença exige ação deliberada, com foco em práticas sustentadas nas áreas de recrutamento, gestão de desempenho, desenvolvimento e escuta ativa dos colaboradores. A organização propõe uma estrutura prática baseada em investigação para ajudar as empresas a compreender e fomentar a pertença de forma estratégica e personalizada. O estudo reconhece que o sentido de pertença é profundamente individual, influenciado por elementos como cultura, tipo de trabalho, experiências anteriores e até traumas. |