Trabalho após horário laboral resulta numa queda de produtividade de 20%

Segundo o Slack Workforce Index, os profissionais de escritório registam menos 20% de produtividade quando se mantêm ligados após o horário laboral

Trabalho após horário laboral resulta numa queda de produtividade de 20%

De acordo com o estudo Slack Workforce Index, baseado num inquérito a mais de dez mil trabalhadores de escritório por todo o mundo, o trabalho após o horário laboral está associado a níveis mais baixos de produtividade, com uma queda de 20% verificada nos profissionais que continuam a trabalhar fora de horas.

A investigação do Slack evidencia uma diferença a nível de produtividade consoante os motivos que levam os colaboradores a trabalharem fora do horário laboral. Enquanto 37% dos trabalhadores administrativos afirmam iniciar sessão fora de horas pelo menos uma vez por semana, mais de metade (54%) destes profissionais dizem que o fazem porque se sentem pressionados a fazê-lo.

Neste sentido, os profissionais de escritório que trabalham fora do horário laboral registam níveis de produtividade 20% mais baixos em comparação com os funcionários que se desconectam no horário padrão da empresa. Além disto, os colaboradores que continuam ligados fora de horas relatam 2,1 vezes o aumento do stress relacionado com o trabalho, 1,7 vezes a menor satisfação com o ambiente labora e duas vezes a maior probabilidade de burnout.

Ambos os grupos consideram que apenas cerca de 70% do tempo que passam a trabalhar é produtivo. No entanto, os funcionários que trabalham após o horário laboral têm 50% mais probabilidades de afirmar que a sua produtividade está bloqueada pela priorização de tarefas, segundo o estudo.

“Há muito que vemos um foco na quantidade em detrimento da qualidade em muitos aspetos do trabalho, desde a forma como gastamos o nosso tempo até à forma como definimos a produtividade. Sentir consecutivamente que se está a ficar para trás prejudica os colaboradores e a própria empresa”, explica Christina Janzer, SVP of Research & Analytics and Head of the Workforce Lab, no Slack. “Isto sublinha a importância de construirmos uma cultura de confiança, onde as equipas se sentem seguras para poderem falar quando precisam de ajuda para definirem prioridades, ou para terem o equilíbrio certo de tempo no dia de trabalho para realizarem as suas tarefas”.

Mais de um em cada quatro trabalhadores administrativos (27%), incluindo mais de metade (55%) dos executivos, acreditam que passam demasiado tempo em reuniões. Já 25% dos trabalhadores administrativos, com 43% dos executivos, consideram que enviar emails ocupa muito tempo do seu dia de trabalho. Além disto, 20% revelam que não têm tempo suficiente para se relacionarem com os seus colegas de trabalho.

Os trabalhadores que não têm qualquer tempo de inatividade durante o horário laboral têm 1,7 vezes mais probabilidade de sofrer esgotamentos, enquanto os colegas que fazem pausas registam comparativamente 62% mais de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, 43% mais de capacidade de gerir o stress e a ansiedade, 43% mais de satisfação geral e 13% mais de produtividade.

No que diz respeito aos horários nobres para produtividade, a maioria (71%) concorda que o final da tarde é a pior hora para trabalhar, com uma queda de produtividade entre as 15h00 e as 18h00. As respostas ao inquérito foram muito variadas a nível da preferência do período da manhã ou da noite.

O estudo do Slack revela que os profissionais que recorrem a estratégias de gestão de tempo são os mais produtivos, apresentando 1,6 vezes mais probabilidade de bloquear o tempo para concluir tarefas específicas, 1,7 vezes mais de verificarem emails apenas em horários específicos e 2,2 vezes mais de definirem temporizadores de foco.

Sendo que os trabalhadores de escritório sentem dificuldades com a gestão do tempo, muitos também estão expectantes com o potencial das ferramentas de IA que poderão dar maior controlo sobre as suas tarefas diárias.

 

Produtividade impulsionada pela IA

Para combater as dificuldades sentidas com a gestão do tempo, a esmagadora maioria dos executivos (94%) sentem alguma urgência na incorporação da Inteligência Artificial (IA) nas suas organizações, enquanto metade destes profissionais indicam um forte sentido de urgência.

Ainda assim, apenas um em cada cinco trabalhadores de escritório relata a utilização de ferramentas de IA no seu trabalho, demonstrando que a adoção desta tecnologia ainda se encontra numa fase inicial. Por esta razão, devido à fraca adoção, o Slack Workforce Index considera que não é surpreendente que mais de 80% dos colaboradores considerem que a IA ainda não está a melhorar a sua produtividade laboral.

No entanto, os trabalhadores preveem que as ferramentas de IA ajudarão a combater aquela que consideram ser uma das maiores dificuldades no seu trabalho: as reuniões. As notas de reuniões e resumos, a assistência na redação e a automação de fluxos de trabalho são as principais atividades que os funcionários esperam que a IA forneça mais valor no futuro.

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