Executivos estão a adotar uma nova abordagem em relação aos custos

Estudo da Accenture indica que “as medidas tradicionais de cortes de custos já não são suficientes” e que “a estratégia deve ter em conta o crescimento, a sustentabilidade e a inovação das empresas”

Executivos estão a adotar uma nova abordagem em relação aos custos

O novo estudo da Accenture revela que mais de três quartos das empresas (76%) cortaram custos para sobreviverem durante a pandemia. Atualmente, 90% dos gestores afirmam que deve ser adotada uma nova abordagem quanto à redução de custos que permita responder às contínuas disrupções e, simultaneamente, criar valor para as organizações.

Com o título “Zero-Based Transformation: The Big Reset” o novo relatório da Accenture baseia-se num questionário global realizado a dois mil executivos C-level de 15 indústrias diferentes. Uma das principais conclusões retiradas desta pesquisa é a urgência na mudança da estratégia de redução de custos tradicionalmente adotada. Os líderes inquiridos reconhecem que as futuras estratégias de custos devem estar alinhadas com o crescimento, a sustentabilidade, a inovação, e focadas em criar novas capacidades apoiadas pela tecnologia.

De acordo com o relatório, a grande maioria dos inquiridos (92%) afirma que estas transformações não devem contemplar apenas as questões financeiras, mas que é necessário considerar o seu impacto na sustentabilidade e propósito da empresa. A prioridade não deverá ser apenas o lucro, mas sim o crescimento responsável. Paralelamente, os líderes dos dias de hoje procuram reformular os negócios de forma abrangente, em vez de se concentrarem em apenas uma ou duas áreas como faziam anteriormente. Praticamente todos os executivos (96%) indicaram que os planos de transformação de custos abrangem todas as áreas do negócio.

Nas empresas que saíram do modo de sobrevivência e arriscaram numa transformação abrangente, os líderes perceberam rapidamente que não poderiam olhar para os custos como um simples procedimento anual”, revela Pedro Galhardas, Managing Director e responsável pela área de Strategy e Consulting da Accenture Portugal. “Começar com uma abordagem zero-based alicerçada em tecnologia permite aos líderes repensar o negócio, redefinir a base de custos e disponibilizar fundos para prioridades estratégicas que potenciam o crescimento, criam resiliência e respondem melhor às necessidades dos stakeholders”. 

O relatório evidencia ainda a importância da tecnologia na transformação estratégica dos custos, uma vez que esta permite que a empresa tenha visibilidade sobre os custos possibilitando a gestão e a recalibração em tempo real, bem como o planeamento de possíveis cenários futuros. Aproximadamente 70% dos inquiridos afirmam estar a investir na utilização de tecnologias como a inteligência artificial, ferramentas digitais e cibersegurança para otimizar processos. Sem este investimento, 80% dos executivos perspetivam desafios contínuos para a transformação dos custos.

Segundo a Accenture, existem quatro aspetos chave que as organizações devem ter em conta para garantir a transformação de custos com sucesso:

  1. Garantir visibilidade em tempo real com análise avançada. Colocar a análise de dados no centro das prioridades é fundamental para criar insights necessários para a tomada de decisões de forma mais rápida e inteligente, e precisa.
  2. Começar do zero e redefinir o negócio direcionado para o crescimento e a resiliência. Adotar uma estratégia zero-based permite que a empresa considere os compromissos necessários, ver os custos de forma abrangente e alinhar os recursos com as novas prioridades e capacidades do negócio.
  3. Incluir toda a gente no processo. Um dos segredos para o sucesso da transformação de custos é o alinhamento da história desde o início de forma a minimizar os conflitos de prioridades e garantir mensagens coerentes tanto interna como externamente.
  4. Garantir que a transformação gera resultados. A transformação dos custos já não é uma intervenção direta. De forma a torná-la numa atividade contínua, as empresas têm de garantir os recursos adequados de governance, dados e capacidade de insight para gerir esta transformação e garantir que os benefícios são duradouros.

Vivemos agora um cenário de tempestade perfeita com o recorde da inflação, volatilidade global, desafios das cadeias de abastecimento e com a escassez de mão de obra e de material. Para navegar neste cenário, os líderes das organizações perceberam que se têm de focar na resiliência, criar valor e atuar em conformidade com a sustentabilidade. Aqueles que repensam a base de custos total e a forma como atuam no mercado, irão além da simples tendência de cortar custos, não só para sobreviverem, mas para prosperarem, competirem e ganharem no futuro”, refere Pedro Galhardas.

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