Empresas internacionais carecem de práticas de inclusão e diversidade

Novo estudo indica que, entre líderes e funcionários, a perceção de inclusão e sentimento de pertença é substancialmente diferente

Empresas internacionais carecem de práticas de inclusão e diversidade

Um estudo realizado pelo Instituto Capgemini – The key to designing inclusive tech: creating diverse and inclusive tech teams – explica que práticas de inclusão e diversidade representam mais-valias para as empresas, a nível de receitas e satisfação dos colaboradores e dos cliente. Segundo a pesquisa, 90% das empresas internacionais estão a fazer um esforço para adotar esse tipo de práticas nas suas equipas. Contudo, apenas 10% dos departamentos de IT aplicam práticas de inclusão e diversidade, criando uma desvantagem em relação aos concorrentes.

A importância de ter consciência sobre estas práticas é reforçada quando se trata de uma organização internacional. 52% das empresas acreditam que permite uma melhor relação com os clientes, porque influencia a perceção que têm da marca. Cada vez mais bem informados e sensíveis a práticas discriminatórias, os próprios clientes demandam produtos mais inclusivos e, numa espécie de bola de neve, as práticas inclusivas são uma fonte de inovação e diferenciação (67%) que permite aumentar receitas (56%).

A adoção desse tipo de políticas deve começar ao nível da própria gestão da empresa, mas são as equipas de IT as responsáveis por desenvolver novos produtos e serviços. Shobha Meera, Diretora de Responsabilidade Social Corporativa e Membro do Comité Executivo da Capgemini, clarifica que “num mundo onde a demanda por produtos e serviços tecnológicos inclusivos, não discriminatórios, está a aumentar, ter trabalhadores, culturas e práticas inclusivas é mais importante do que nunca”.

Não ter em conta a diversidade pode levar a perdas de talento, pelo que jovens qualificados preferem trabalhar em empresas mais inclusivas. Todavia, a falta de preocupação com essas práticas deve-se também à pressão da elevada e urgente demanda por talento, que colocou a inclusão num segundo plano. Adicionalmente, nas novas tecnologias é frequente trabalhar com dados pessoais e as minorias temem que utilizados para distorcer o processamento de dados, aumentando a discriminação, em particular em áreas sensíveis como a procura de emprego, assistência de saúde ou concessão de créditos.

A perceção dos níveis de inclusão e diversidade entre os líderes e os colaboradores é díspar. Segundo a Capgemini, 85% dos gestores de empresas internacionais acreditam que a sua organização oferece oportunidades iguais de desenvolvimento pessoal e promoção para todos os funcionários, mas apenas 19% das mulheres e membros das minorias têm a mesma perceção positiva. 75% dos gestores acreditam que os trabalhadores têm um senso de pertença e à organização, mas apenas 24% dos funcionários partilham dessa opinião. Além disso, enquanto 53% se sente confortável a partilhar experiências pessoais com os colegas, apenas 9% diz o mesmo em relação aos chefes.

Por outro lado, apenas 16% das mulheres e trabalhadores de minorias étnicas em departamentos de IT se sentem representados na sua área. Apenas um em cada cinco funcionários de IT é uma mulher e um em cada seis pertence a uma minoria e a sensação de possibilidade de ascensão de carreira é também diferentes dos pares. Mas a sensação de discriminação no setor tecnológico é partilhada também pelos consumidores e pode afetar profundamente o crescimento e rentabilidade da empresa.

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