Escassez de talento supera financiamento como principal barreira à inovação

O Barómetro Internacional da Inovação 2026 da Ayming aponta a escassez de talento qualificado como a principal barreira à inovação, num cenário em que a IA e a cibersegurança lideram as prioridades estratégicas das empresas

Escassez de talento supera financiamento como principal barreira à inovação

Num contexto global onde a inovação é palavra de ordem, as empresas enfrentam um obstáculo maior do que o financiamento: a falta de recursos humanos qualificados. A conclusão é da sétima edição do Barómetro Internacional da Inovação da Ayming 2026, que identifica a escassez de talento como a principal barreira à concretização de estratégias inovadoras.

De acordo com o estudo, “impulsionar a inovação” passou a ocupar a segunda posição nas prioridades das empresas, apenas atrás da expansão do negócio, enquanto a “redução de custos” – que liderava em 2025 – caiu para quarto lugar. Este reposicionamento reflete a importância crescente atribuída à capacidade de inovar em setores estratégicos.

O reforço da aposta explica o crescimento das equipas internas dedicadas exclusivamente à inovação: atualmente, 96% das empresas contam com uma equipa deste tipo, um salto face aos 78% registados no ano anterior. Apenas 7% das pequenas empresas e 1% das grandes afirmam não ter uma estrutura dedicada a esta função.

Ainda assim, os desafios são transversais. A falta de competências preocupa 41% das empresas, afetando de igual forma pequenas (41%) e grandes organizações (40%). O setor da Energia é o mais impactado, com 52% a reportar dificuldades neste campo.

O financiamento continua a ser um tema crítico, embora em segundo plano face à questão do talento. O autofinanciamento permanece elevado (48%), enquanto o recurso a incentivos fiscais à I&D (32%) e à inovação (38%) mostra apenas sinais de recuperação tímida após as quedas do ano anterior.

Outro dado em destaque prende-se com o impacto do cenário geopolítico: 54% das empresas consideram a cibersegurança a sua principal preocupação, mas também a maior oportunidade de inovação (51%). A maioria (93%) já integra riscos de segurança nacional no planeamento estratégico, sendo que quase um quarto (23%) reconhece que estes têm influência significativa. Além disso, 84% das empresas avaliam rotineiramente esses riscos, 68% das quais mensalmente ou com maior frequência.

No plano tecnológico, a Inteligência Artificial (IA) surge como a grande prioridade, ultrapassando as “novas ferramentas e tecnologias” no topo da agenda da inovação. Quanto à medição dos resultados, 56% das empresas avaliam o impacto da inovação através das vendas, indicador que sobe face a 52% no ano anterior, seguido pelo sucesso de projetos de I&D (44%).

A colaboração também se assume como peça-chave: 53% das empresas colaboram com parceiros externos, destacando-se as universidades (36%), as agências governamentais de inovação (29%) e as ONG ou organizações sem fins lucrativos (20%).

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