“As empresas serão definidas pela sua capacidade para pensarem e operarem como nativos digitais”

Frank Gens, analista que desenvolveu o conceito de 3ª plataforma, será o keynote speaker da edição deste ano do IDC Directions. No Estoril, falará sobre a necessidade de as empresas apanharem a onda de inovação trazida pela economia digital

“As empresas serão definidas pela sua capacidade para pensarem e operarem como nativos digitais”

O IDC Directions 2017, que terá lugar no Centro de Congressos do Estoril, a 19 de outubro, estará centrado sobre o despertar da economia digital e sobre o que esta significa para o IT das empresas. O principal orador, Frank Gens, senior vice president and chief analyst da IDC, pioneiro no desenvolvimento do reconhecido conceito de “3ª Plataforma”, que acabou por prever toda a transformação que a indústria de IT viria a atravessar na última década, conversou em exclusivo com a IT Insight sobre o que se avizinha para o IT com o despertar da economia digital.

 

IT Insight – No briefing que levará ao IDC Directions 2017, diz que estamos no início da economia digital (DX). Como deverá evoluir num futuro próximo?

Frank Gens – A economia DX centra-se na forma como a empresas estão a utilizar tecnologias de terceira plataforma – cloud, AI, Internet of Things (IoT), etc – para criar novas operações de negócio, relações e ofertas digitais. Em 2016, apenas 10 a 20% da economia global, se tanto, estava digitalizada. Em 2022, prevemos que este valor ronde os 50%. Isto significa que as empresas – e indústrias inteiras – serão definidas. As empresas serão definidas pela sua capacidade para se tornarem efetivamente nativos digitais - para pensarem e operarem como nativos digitais.

 

Como será a indústria de IT dentro de 10 anos?

A indústria do IT – como grande parte das indústrias– estará centrada na cloud (enquanto modelo standard de entrega de IT), que permite criar ecossistemas digitais vastamente interligados, construídos em torno de grandes comunidades e plataformas especializadas por indústria. Os fornecedores de IT precisam de aprender como conectar o seu próprio valor/IP às mega- -plataformas cloud certas, a dispositivos de IoT situados no edge da rede, comunidades de developers/ programadores, a comunidades de data providers, intervenientes dos canais digitais e a líderes da indústria de plataformas. A escala do supply digital dos fornecedores de IT, das redes de distribuição e dos clientes será colossal – espera-se pelo menos um aumento entre 100 a 10 mil conexões do ecossistema digital.

 

No presente contexto, que prioridades devem ter os CIO?

Os CIO têm de ajudar as suas organizações a percorrer o caminho que lhes permita tornarem-se nativos digitais nos próximos três a cinco anos. Já deveriam, aliás, ter começado. A IDC entende que isto requere novos modelos organizacionais, skills digitais, novos KPIs e roadmaps digitais, bem como o estabelecimento de uma nova plataforma digital que suporte novas ofertas, operações e relações.

 

A robótica e a inteligência artificial têm o potencial de vir a ser verdadeiramente disruptivos para as organizações e seus modelos de negócio. No que toca à robótica, quem, dentro das organizações, deve liderar a adoção? O IT ou os C-Level executives?

Os grupos responsáveis pela “OT” (operational technology) – encarregues, por exemplo, da área de produção e das operações – detiveram até ao momento a responsabilidade pela robótica e por outras tecnologias “não-IT”. Prevemos que tal assim se mantenha. Mas também assistiremos a uma parceria crescente entre as OT e as TI nos próximos anos, à medida que os dispositivos OT se tornam dispositivos de IT – isto é, à medida que a conectividade se torna um padrão no IT e que os dispositivos de OT se conetem à IA/analítica e a outros serviços de back-end na cloud. Os robôs estarão mais conectados a um mundo mais alarga- do do IT, adquirindo capacidades mais avançadas, para uma cibersegurança em cadeia. Portanto, as organizações devem esperar que nos próximos tempos os robôs e outros dispositivos edge apareçam no radar do IT. na cloud. Os robôs estarão mais conectados a um mundo mais alargado do IT, adquirindo capacidades mais avançadas, para uma cibersegurança em cadeia. Portanto, as organizações devem esperar que nos próximos tempos os robôs e outros dispositivos edge apareçam no radar do IT.

 

Como é que a IA irá afetar o próprio papel e atividade do IT?

Podemos esperar automação em algumas áreas, como por exemplo a cibersegurança? Sim, a IA está a entrar em todas as áreas – no IT e em todos os níveis organizacionais – entre as quais a análise automatizada de grandes volumes de dados que possam levar a uma maior eficiência, novas capacidades/ insights, e mitigação/prevenção de riscos. Já estamos a ver grandes fornecedores de IT a integrar tecnologias de IA no mundo do ITSM (IT service management), e veremos uma expansão radical da IA nas operações, desenvolvimento e serviços de IT ao longo dos próximos anos. Isto irá conduzir a mudanças e a reduções significativas na força de trabalho na maioria das organizações de IT.

 

IT Insight é media partner do IDC Directions 2017.

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