Setor bancário acelera adoção da cloud

Um novo estudo da Minsait indica que, atualmente, metade dos bancos já têm planos para facilitar a sua adaptação aos novos modelos de negócio, com 56% a chegar a acordos com pelo menos um fornecedor de cloud e 44% com uma estratégia definida

Setor bancário acelera adoção da cloud

Num período de grande instabilidade causada, entre outras coisas, por aumentos das taxas de juro e impostos temporários sobre a banca, o setor bancário é obrigado a adaptar-se a novas necessidades. É neste contexto que surge o Relatório Ascendant Digital Maturity 2022 da Minsait, uma empresa Indra, intitulado “Modernising and Growing in the Cloud”, e que indica que apenas 12% dos bancos atingem um elevado nível de maturidade na migração dos seus processos de core banking.

O relatório refere que 80% das entidades bancárias estão muito interessadas ou já desenvolveram um plano tático abrangente para a modernização dos sistemas mais transacionais e a migração para a cloud. “Nos próximos anos vamos viver grandes mudanças ao nível da transformação e modernização das aplicações no setor bancário. Esta estratégia de modernização terá de passar pela migração para cloud, impulsionando a inovação e a criação de novos modelos de negócio para poder acompanhar a evolução deste setor”, afirma Miguel Simões, Diretor de Serviços Financeiros e Seguros da Minsait em Portugal.

De um modo geral, os dados indicam que a migração de sistemas para a cloud ainda apresenta níveis baixos. Mais de 50% dos bancos apresentam um nível elevado no desenvolvimento de planos de modernização e modelos operativos da cloud, confirmando o foco na construção de um ecossistema de dados na cloud. Deste modo, permitirá às suas entidades tomar decisões mais ágeis em termos de dados, de modo a poderem oferecer serviços mais personalizados. 

Na opinião da Minsait, perante consumidores cada vez mais exigentes que procuram simplicidade nas suas transações, as entidades bancárias devem utilizar novos canais para expandir a sua oferta e fidelizar os clientes. A ligação do mundo físico e digital (conceito Phygital) ou a incorporação de tecnologias de ponta como a inteligência artificial, Web3 ou o metaverso, permitirá processos internos mais flexíveis e resilientes, bem como a criação de novos produtos de forma eficiente, alinhando o compromisso da indústria com a sustentabilidade.

De acordo com o relatório Ascendant, metade dos bancos têm planos para facilitar a sua adaptação a novos modelos de negócio. Para mais, 56% destes bancos já chegaram a acordos com pelo menos um fornecedor de serviços cloud, e 44% já têm uma estratégia definida. O documento, que analisou em detalhe o grau de maturidade dos sistemas tecnológicos e operacionais de mais de 100 empresas em Espanha, sul da Europa e Portugal, em cinco áreas críticas (comercial, core, operações em tempo real, corporativas, ecossistemas de dados e locais de trabalho), prevê que dentro de dois a três anos praticamente todas as empresas terão sistemas em modelos SaaS ou arquiteturas cloud nativas. Por outro lado, 80% das empresas inquiridas têm postos de trabalho virtualizados e fazem uso intensivo de ferramentas colaborativas.

Além disso, com uma forte consciência da importância de proteger os dados dos seus clientes, cerca de 75% dos bancos têm um modelo de segurança definido e um CSF implementado com processos de automatização dos controlos e monitorização contínua. Estes dados mostram o grau de compromisso que os bancos assumiram para proteger os seus clientes através de modelos de gestão específicos ao nível da segurança.

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