O aumento de falsas ofertas de trabalho em aplicações de mensagens instantâneas, sobretudo através do WhatsApp, está a expor candidatos e empresas a novas formas de ciberfraude. Especialistas alertam para a necessidade de reforçar a literacia digital e a vigilância nos processos de recrutamento
Em Portugal, multiplicam-se os casos de candidatos abordados por falsos recrutadores através do WhatsApp, numa prática que utiliza identidades de empresas legítimas para difundir ofertas de emprego fraudulentas. O esquema, cada vez mais comum a nível global, representa uma ameaça real para quem procura novas oportunidades e para organizações cuja imagem é explorada de forma abusiva, de acordo com a Adecco Portugal. O método utilizado é simples, com os cibercriminosos a enviarem mensagens informais com links suspeitos, solicitam dados pessoais e, em alguns casos, exigem pagamentos para assegurar vagas fictícias. A combinação entre linguagem descontraída e a popularidade da aplicação contribui para que a fraude seja difícil de detetar e rápida de propagar. Segundo Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal, “à medida que o recrutamento se torna mais digital, também aumentam os riscos associados à ciberfraude. A proteção dos candidatos começa na informação clara e na capacitação digital”. Entre as medidas de prevenção apontadas por especialistas, destacam-se a verificação da origem dos contactos, a recusa em partilhar dados pessoais através de canais informais e a rejeição de qualquer pedido de pagamento em processos de seleção. Bloquear e denunciar mensagens suspeitas são também passos recomendados. O conhecimento dos processos oficiais de cada empresa é outro fator que pode ajudar a detetar tentativas de fraude. Para além disso, a formação em cibersegurança dentro das equipas é considerada uma das defesas mais eficazes contra este tipo de ataque. |