Bancos com modelos de negócio digitais registam aumento de receita anual

Estudo indica que, através da adoção de modelos de negócios inovadores e exclusivamente digitais, os bancos têm a oportunidade de alcançar uma receita adicional de 518 mil milhões de dólares até 2025

Bancos com modelos de negócio digitais registam aumento de receita anual

Os bancos tradicionais poderão aumentar as suas receitas em quase 4% por ano se repensarem os seus modelos de negócio e abraçarem estratégias inovadoras de novos players no setor financeiro, exclusivamente digitais. De acordo com o novo estudo da Accenture, esta transformação representará 518 mil milhões de dólares em 2025.

O relatório ‘The Future of Banking: está na hora de uma mudança de perspetiva’ analisa os modelos de negócio de quase cem dos principais bancos tradicionais e de mais de 200 players unicamente digitais em 11 países na América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico e América Latina, e o papel que desempenham na cadeia de valor bancária. O estudo da Accenture identifica dois modelos de negócio comuns, nomeadamente:

  • Verticalmente integrado – modelos de negócios lineares tradicionais, ou seja, aqueles que vendem apenas os seus próprios produtos, que distribuem produtos de outros fornecedores e que fornecem tecnologia ou processos de negócio a terceiros; 
  • Não linear - modelos de negócios adaptativos, ou seja, ‘pacotes’ que juntam novas propostas de valor, que vão além da distribuição; que incorporam as suas propostas em serviços de terceiros, como serviços (no ponto de venda) de “compre agora, pague depois”.

Muitos dos principais bancos analisados no relatório possuem modelos de negócio verticalmente integrados. No entanto, o estudo concluiu que aqueles que desagregam os seus produtos tradicionais e fazem parcerias com terceiros para criar e distribuir novas ofertas personalizadas podem atingir um crescimento acelerado e avaliações de mercado mais altas. Em particular, ao sobrepor modelos de negócio não lineares ao modelo tradicional verticalmente integrado, os bancos poderão aumentar as suas taxas de crescimento anuais em aproximadamente 4%, o que resultaria em 518 mil milhões de dólares em receitas adicionais totais até 2025.

Superficialmente, o setor bancário parece saudável, com grandes bancos a divulgarem receitas e lucros robustos”, afirma Luís Pedro Duarte, Vice-presidente da Accenture Portugal, responsável pela área de Serviços Financeiros. “Mas um olhar mais atento revela que a combinação de baixas taxas de juro, decréscimo nas comissões resultante do aumento da concorrência e ofertas de produtos indiferenciados, está lentamente a reduzir a participação dos bancos no produto interno bruto. E em muitos mercados, as receitas bancárias e de pagamentos estão a transitar dos operadores históricos para os novos operadores. Para recuperar o crescimento, os bancos tradicionais precisam de reimaginar a forma como criam e fornecem produtos relevantes que vão ao encontro dos objetivos dos clientes. Isso exigirá repensar os seus modelos de negócio verticalmente integrados”.

O relatório da Accenture observa que, entre 2018 e 2020, players (e.g. bancos e fintechs) exclusivamente digitais tiveram um desempenho significativamente melhor do que os bancos tradicionais. Mas aqueles que adotaram modelos de negócios não lineares alcançaram uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 76% de receita, enquanto os intervenientes digitais que emularam modelos tradicionais integrados verticalmente, alcançaram uma CAGR de 44%. Os bancos tradicionais, mesmo nos mercados maduros e de melhor desempenho, aumentaram a receita a uma taxa média de menos de 2% ao ano – apesar de partirem de uma base muito maior.

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