Executivos preveem cortes estratégicos no segundo trimestre de 2025, como resposta às perturbações nas cadeias de abastecimento, à queda da procura e à inflação
Mais de metade dos executivos de topo prevê cortes nas suas funções durante o segundo trimestre de 2025, como resposta antecipada às contínuas perturbações nas cadeias de abastecimento, à quebra da procura dos consumidores e ao agravamento da inflação. As conclusões são do mais recente inquérito realizado pela consultora Gartner. O estudo, levado a cabo a 17 de março de 2025 junto de mais de 600 executivos e líderes empresariais, revela que 58% dos inquiridos antecipam interrupções nas cadeias de abastecimento devido ao aumento das taxas de importação. Paralelamente, 42% dos participantes estão a preparar-se para uma redução da procura e 41% esperam que a inflação acelerada venha a afetar significativamente as suas operações. “As organizações estão a enfrentar níveis de incerteza sem precedentes, e a nossa investigação mostra que muitas estão a adotar medidas proativas para se adaptarem”, afirmou Alexander Bant, vice-presidente e Chief of Research na área financeira da Gartner. “Os CFO e as suas equipas devem garantir que os cortes de custos são feitos de forma estratégica, salvaguardando a resiliência e o desempenho a longo prazo”. Entre as medidas em análise, destaca-se a intenção de quase metade dos executivos reduzir orçamentos e despesas, de forma a preservar a saúde financeira das organizações num contexto económico volátil. A flexibilidade e a adaptabilidade surgem como prioridades, com 38% dos inquiridos a reportarem ajustamentos nos produtos, nas estratégias de entrada no mercado ou na distribuição geográfica das vendas. Num ambiente marcado por fortes pressões económicas e rápida evolução tecnológica, a flexibilidade operacional é apontada pela Gartner como fator-chave para assegurar resiliência e promover o crescimento. As empresas com crescimento eficiente destacam-se, segundo a consultora, por três práticas principais: cortes estratégicos com realocação de recursos para áreas de elevado retorno como a inovação tecnológica; processos de decisão ágeis apoiados por uma cultura organizacional voltada para a experimentação; e aposta no desenvolvimento contínuo das equipas, capacitando-as para enfrentar os desafios com visão de futuro. A Gartner sublinha ainda a importância de investir em futuras fontes de valor, distinguindo entre os custos que diferenciam ou sustentam a atividade. Direcionar recursos para capacidades que conferem vantagens competitivas permite aumentar receitas e lucros, enquanto a automatização e normalização de custos de menor valor acrescentado reforçam a flexibilidade operacional. Estas estratégias são consideradas fundamentais para dar resposta às rápidas transformações do mercado e assegurar um crescimento sustentável num cenário económico exigente. |