71% dos líderes admitem que as suas equipas não estão preparadas para a IA

Um estudo da Kyndryl revela que apesar dos fortes investimentos em inteligência artificial, a maioria das empresas continua sem preparação para a utilizar de forma eficaz, devido à falta de competências, resistência interna e desalinhamento estratégico

71% dos líderes admitem que as suas equipas não estão preparadas para a IA

A maioria das empresas ainda não está preparada para tirar partido da Inteligência Artificial (IA), apesar de já terem investido significativamente nesta tecnologia. Esta é uma das principais conclusões do primeiro People Readiness Report da Kyndryl, que analisou a prontidão das equipas de trabalho face à adoção da IA.

O estudo, de âmbito global, baseia-se em inquéritos realizados a mais de mil executivos seniores de 25 setores de atividade e oito regiões geográficas. Os resultados revelam uma disparidade significativa entre o investimento em IA e a preparação dos recursos humanos para a sua utilização eficaz.

Embora 95% das empresas inquiridas já tenham investido em IA, 71% dos líderes empresariais admitem que as suas equipas ainda não estão prontas para utilizar esta tecnologia. Além disso, 51% consideram que as suas organizações não dispõem de talentos com as qualificações necessárias para lidar com a IA, enquanto 45% dos CEO referem que existe resistência, ou mesmo hostilidade, por parte dos colaboradores.

A preparação das equipas varia consoante os setores. As empresas do setor bancário, financeiro e segurador apresentam níveis de preparação superiores, ao passo que o setor da saúde regista um maior atraso.

Este relatório mostra que, embora a arquitetura de dados e a infraestrutura tecnológica sejam peças-chave do quebra-cabeças, as organizações que não priorizam as suas pessoas ficarão para trás”, afirma Michael Bradshaw, líder global de práticas para aplicações, dados e IA na Kyndryl.

Apesar dos investimentos, muitas empresas continuam sem aproveitar os benefícios da IA em casos concretos que poderiam impulsionar a inovação de produtos e serviços. As ferramentas de IA generativa surgem como as mais populares entre os investigadores, mas apenas 40% dos líderes afirmam utilizar dados criados por IA para apoiar decisões estratégicas ou fomentar o crescimento do negócio.

O estudo destaca, no entanto, um grupo restrito de organizações pioneiras que tem conseguido alinhar a utilização da IA com estratégias de capacitação das equipas, resultando em vantagens competitivas e retorno positivo do investimento.

Entre os principais obstáculos identificados à adoção da IA no estudo estão a gestão da mudança organizacional, a falta de confiança dos colaboradores na tecnologia e a escassez de competências adequadas.

Preparar as equipas de trabalho para a era da IA é fácil de dizer, difícil de implementar e uma urgência para os líderes empresariais”, sublinha Maryjo Charbonnier, diretora de recursos humanos da Kyndryl.

O relatório indica ainda que os CEO, em comparação com CIO e CTO, são mais propensos a considerar que as suas empresas estão ainda nos primeiros estágios da jornada com a IA. Também é duas vezes e meia mais provável que identifiquem lacunas na infraestrutura tecnológica necessária para sustentar esta evolução.

Esta perceção influencia a abordagem à gestão de talento: os CEO tendem mais a procurar competências no mercado externo, enquanto os responsáveis tecnológicos apostam na requalificação interna.

A boa notícia é que as organizações que conseguem alinhar as suas lideranças têm maior capacidade para avançar em conjunto e beneficiar desse alinhamento no futuro”, afirma Kim Basile, diretora de informação da Kyndryl. “Esse trabalho não é fácil, mas alinhar a estratégia tecnológica com os objetivos de negócio é fundamental para maximizar o potencial da IA”.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 55 Maio 2025

IT INSIGHT Nº 55 Maio 2025

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.