A transição digital não é uma novidade. Há já muito tempo que é objeto de estudo e discussão, envolvendo académicos e decisores políticos. No entanto, transformou-se nos últimos anos numa imperativa realidade, impulsionada pelos avanços tecnológicos, pela globalização e pela recente crise pandémica.
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Realmente os avanços tecnológicos têm sido impressionantes nos últimos anos. Tecnologias de informação, tais como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Cloud Computing, Realidade Aumentada (RA), Metaverso, Blockchain e Big Data podem ser enumeradas. E, mais relevante que o número de tecnologias, é o aumento da eficiência que estas tecnologias já têm trazido e prometem continuar a trazer aos negócios e à sociedade em geral. A transição digital representa seguramente uma oportunidade para melhorar os níveis de produtividade, potenciando a inovação e reduzindo os custos dos processos de negócios. As tecnologias de informação sempre foram usadas para tornar as atividades organizacionais mais rápidas e fáceis de serem realizadas pelas pessoas. E, embora muito ênfase tenha sido dado aos avanços tecnológicos e aos aspetos técnicos da digitalização, reconhece-se atualmente que a transição digitalização tem outros fatores facilitadores, nomeadamente a mudança no comportamento, atitudes e expectativas das pessoas. A implementação bem-sucedida de iniciativas de transição digital requer a colaboração entre diversas partes interessadas, com diferentes perspetivas motivações e capacidades para alcançar o objetivo comum de permitir este processo de mudança. Por exemplo, enquanto hoje, por um lado, se considera inevitável a adoção da Inteligência Artificial no suporte a diferentes sistemas de informação das organizações, por outro, é-se confrontado com os problemas éticos da sua utilização e também com o impacto que esta “nova” tecnologia provoca nas políticas de sustentabilidade ambiental que se pretendem, e se têm, de implementar. Ou seja, é necessário alinhar as diferentes interpretações, inerentes ao processo de transição digital, entre as diferentes partes interessadas. Dimensões tais como Inovação e Gestão da Mudança, Green IT (TI Verde), Competências Digitais, Aspetos Éticos e Legais necessitam de ser pensadas e conjugadas. Portanto, torna-se fundamental, no processo de transição digital, saber dar atenção a todos estes aspetos, faltando quadros conceptuais holísticos e integradores que possam ajudar à resposta por parte das empresas. Precisamos de iniciar estas discussões para desatarmos os nós da transição digital.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Universidade Portucalense |