A indústria transformadora (metalurgia, têxtil, química, alimentar e automóvel) ocupa uma posição central no debate sobre intensidade energética, consumo de recursos naturais e geração de resíduos, que fazem desta indústria, simultaneamente, parte do problema e parte essencial da solução.
A transição energética traz a estes setores o desafio de repensar processos, adotar novas tecnologias e cumprir objetivos ambientais que, além de regulatórios, são também exigências de parceiros, investidores e da sociedade em geral. Portugal tem feito avanços relevantes no campo da sustentabilidade, com metas alinhadas ao Pacto Ecológico Europeu (Green Deal) e à Estratégia Portugal 2030. Este ano, por exemplo, 79.3% da eletricidade consumida no país foi garantida por fontes renováveis, consolidando a sua posição como referência europeia na adoção de energias limpas. Este avanço reforça a estabilidade energética, reduz a dependência de importações e cria condições para uma indústria mais circular, eficiente e resistente. A indústria transformadora, como setor-chave da economia nacional, tem desempenhado um papel decisivo nesta transição, adotando tecnologias para melhorar a eficiência, reduzir os impactos ambientais e reforçar o seu contributo social. Mas, mesmo que avançada nesta matéria, enfrenta ainda desafios significativos na transição energética. O elevado consumo energético (por exemplo, nos setores da metalurgia, cerâmica e papel), as fortes emissões de gases com efeito de estufa e a geração de resíduos industriais fazem parte das dificuldades. Outros desafios, como a pressão regulatória, através da Taxonomia da União Europeia e dos critérios ESG, as práticas de greenwashing e as exigências crescentes da sociedade e dos mercados tornam-se também particularmente sensíveis num contexto de concorrência global e mercados desregulados, onde as exigências ambientais nem sempre são partilhadas de forma equitativa. Conciliar objetivos climáticos com crescimento económico permanece, assim, um exercício de equilíbrio delicado. A tecnologia como motor da sustentabilidade A resposta a este dilema passa, inevitavelmente, pela adoção da tecnologia, que se tornou o vetor central para viabilizar e medir práticas sustentáveis. Atualmente, há já um conjunto de tecnologias que permitem avaliar, otimizar e transformar operações industriais, entre as quais se destacam:
Estas tecnologias são catalisadores de competitividade e sustentabilidade, ao reduzir custos, aumentar a produtividade e alinhar a indústria com as metas europeias. O papel dos Parceiros tecnológicos na digitalização sustentável A digitalização sustentável ainda não é uma realidade acessível a todas as organizações. Muitas enfrentam obstáculos culturais, técnicos e financeiros. É neste ponto que os parceiros tecnológicos ganham particular relevância. Além de fornecedores de soluções, são facilitadores da transformação. Ajudam a assegurar a conformidade com critérios ESG, reduzir a pegada de carbono, melhorar a eficiência operacional, mitigando riscos ambientais e reputacionais com segurança digital, e a responder de forma ágil à regulação. Assumem, portanto, o papel de acelerar a digitalização industrial, alinhando inovação e compromisso ambiental. Conciliar competitividade, crescimento económico e compromisso climático é um dos maiores desafios do nosso tempo. E a indústria portuguesa só poderá responder de forma eficaz se combinar resiliência e eficiência, apoiada por uma visão de longo prazo e pelo contributo da tecnologia. Mais do que diferencial competitivo, trata-se de uma condição essencial para construir um modelo industrial preparado para os desafios do futuro - um modelo que se quer sustentável, seguro, competitivo e capaz de gerar valor para a economia e para a sociedade.
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