Recessão Brasil - Vendas PCs atingiram o valor mais baixo numa década

A profunda recessão económica no Brasil passa "invoice" ao setor das TI. Segundo dados da IDC, as vendas de PCs no Brasil atingiram o seu valor mais baixo da última década contraindo 37%

Recessão Brasil - Vendas  PCs atingiram o valor mais baixo numa década

O Brasil está na recessão mais profunda desde o início da década de 90, a época Collar de Melo, e a profunda crise politica no "Planalto" não perspetiva nada de positivo para 2016. 

As estimativas do Banco Central são agora de uma contração do PIB brasileiro em 3,6% para o corrente ano e ninguém arrisca uma melhoria em 2016. As previsões da Standard & Poor's são para uma recessão de 2%. no próximo ano.

Mas na verdade a "fossa" pode ainda ser pior porque a situação politica é de pre-impeachment da Presidente Dilma Rouseff (que independentemente do desfecho pode durar muitos meses) um Senado Federal abalado com as prisões de altas figuras parlamentares que suportam o governo indiciadas por corrupção, e a quase imobilidade do executivo num país onde é urgente um conjunto de reformas estruturais e medidas de controlo do défice público.

A agravar a conjuntura, a inflação passou para dois dígitos, o Risco-Brasil degrada diariamente atingido o mais alto risco de investimento em 11 anos (JPMorgan Emerging Markets Bonds Index ) e a moeda atinge recordes históricos de desvalorização penalizando as importações, nomeadamente de tecnologia. 
Incapaz de controlar o défice público e os seus colegas de governo, o ministro das finanças demitiu-se no passado dia 18 de dezembro.

O setor das TI sofre ainda mais que a restante economia, com a paragem dos investimentos empresariais, redução do consumo das famílias e desvalorização do Real.

A venda de PCs  de acordo com a IDC, foi de apenas 1,6 milhões de computadores entre julho e setembro, o que reflete uma descida de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre todas as unidades vendidas, 993 mil foram computadores portáteis e 607 mil foram desktops.

 

A Positivo é o maior fabricante brasileiro de PC e liderou o mercado até 2014 com 18 por cento de quota. A Dell conseguiu em 2015  passar para o primeiro  lugar.

A IDC revelou que este desempenho se encontra em linha com previsões anteriores, pois é um reflexo da situação económica e política que o país está a atravessar.

A tendência de decréscimo de vendas de PCs tem sido verificada desde 2012, aquando o aparecimento de outros dispositivos que permitem também o acesso à Internet, mas os resultados obtidos refletem o pior resultado trimestral da década.

“Podemos até celebrar o facto da receitas terem caído apenas sete por cento em comparação com o mesmo período relativo a 2014. Mesmo com uma desaceleração das vendas, o preço médio foi de R$2341 ($586), um aumento anual de 49 por cento”, afirma Pedro Hagge, analista da IDC Brasil.  ( o aumento do preço médio é explicável pela desvalorização cambial )

Em relação ao fecho do ano, a IDC prevê uma diminuição de 37 por cento nas vendas de PCs, com 6.5 milhões de unidades vendidas.

As perspetivas para 2016, segundo o analista da IDC, não se encontram num patamar positivo, visto que o governo anunciou o fim da  “Lei do Bem”, um programa federal de incentivos fiscais que beneficiava as empresas que investissem em modernização tecnológia e em R&D.

 
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