As tendências que vão moldar o trabalho em 2023

A pandemia da Covid-19 trouxe novas formas de trabalhar, alterando em muitos casos as mentalidades dos colaboradores, que procuram empregadores que ofereçam determinadas oportunidades, entre elas a progressão da carreira e a flexibilidade laboral

As tendências que vão moldar o trabalho em 2023

2022 está a chegar ao fim e começam já a surgir algumas visões/ideias sobre quais serão as tendências que vão moldar o ano de 2023.

Depois das mudanças dos últimos dois anos, provocadas pela pandemia da Covid-19, a forma de trabalhar alterou-se em muitas organizações, despertando os trabalhadores para outras realidades laborais, nomeadamente o teletrabalho e o trabalho híbrido.

Com o aumento do custo de vida derivado da inflação, 2023 avizinha-se incerto ao nível económico.

Requalificar os colaboradores para reter talento

De acordo com Jamie Kohn, research director da Gartner, as organizações precisam de requalificar os seus colaboradores de forma a compensar a falta de talento. A oportunidade de evoluírem dentro da empresa beneficia não só a carreira do trabalhador, mas também a organização, uma vez que ajuda a manter esses talentos na sua estrutura.

À ZDNET, o investigador da Gartner garante que as organizações estão “a pensar mais sobre como podem tirar o maior proveito dos colaboradores e colocá-los em cargos onde são mais necessários”.

Aprender ou melhorar as capacidades é mesmo um dos aspetos mais importantes para os colaboradores. Segundo um estudo recente da Amazon e da Workplace Intelligence, 83% dos colaboradores coloca como prioridade número um para 2023 melhorar as suas capacidades a nível profissional. O mesmo estudo revela ainda que 74% dos trabalhadores estão dispostos a deixar os seus atuais trabalhos devido à falta de mobilidade e progressão de carreira.

Esta é, aliás, uma das características que os trabalhadores procuram hoje em dia: um empregador que “suporte verdadeiramente os objetivos e ambições de carreira a longo prazo”, sublinha Dan Schawbel, managing partner na Workplace Intelligence.

Novas formas de trabalho que vieram para ficar

O trabalho híbrido e o teletrabalho chegaram em força com a pandemia… e vieram para ficar. Com o aumento do custo de vida, os trabalhadores olham também para os custos implicados no regresso presencial ao escritório.

Para Paul Silverglate, vice-chairman do setor tecnológico da Delloitte US, existem duas previsões neste âmbito para os próximos tempos: as empresas que ainda não incorporaram o trabalho híbrido e remoto a 100% vão alegar questões financeiras para o regresso ao trabalho; por outro lado, as organizações que se adaptaram já às novas realidades de trabalho, vão continuar a encontrar soluções para manter esta nova forma de trabalho.

Simon Roderick, managing director dos serviços financeiros da Fram Search, acredita que 2023 será o tempo de ajustar a forma como acontece o trabalho remoto e sugere o aumento da “vigilância” dos trabalhadores à distância. Desta forma, os gestores poderiam controlar a produtividade.

Para Rodrick, os grandes chavões de 2023 são o regresso ao escritório, a recessão e o reajustamento.

Já para Silverglate, a tecnologia, o redesign do escritório e a sustentabilidade vão continuar a impulsionar o trabalho híbrido em 2023, com tecnologias como a realidade virtual a tornarem as experiências mais imersivas.

Alguns escritórios estão também a deixar os layouts mais tradicionais e a tornar o trabalho mais flexível. “Estamos a ver o espaço de escritório mais centrado no trabalho em equipa e na colaboração e menos no trabalho independente que pode ser feito remotamente”, afirmou Silverglate.

Opções como o trabalho remoto podem ser a solução para as empresas reduzirem as emissões de carbono e desta forma cumprirem compromissos ligados à sustentabilidade. Silverglate defende mesmo que o trabalho remoto “nunca mais voltará ao ponto em que estávamos no passado”.

Estas novas formas de trabalho vieram oferecer outras oportunidades aos trabalhadores como um maior equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. Kohn acredita que no próximo ano os funcionários de uma empresa terão mais atenção à flexibilidade oferecida nos seus trabalhos, um aspeto que o investigador da Gartner considera fundamental na hora de reter pessoas a longo termo.

O efeito da semana de quatro dias

A ideia de se trabalhar apenas quatro dias da semana ganhou força em 2022, com várias empresas privadas a testarem o modelo.

Charlotte Lockhart, fundador e managing director da fundação ‘4 Day Week Global’, considera que esta nova perspetiva de trabalho tornar-se-á ainda mais comum em 2023. Apesar de algumas organizações não conseguirem abrir mão de um dia de trabalho, a solução pode passar por encurtar o número de horas de trabalho. Algumas empresas consideram mesmo que as semanas mais curtas são vantajosas, permitindo um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 53 Janeiro 2025

IT INSIGHT Nº 53 Janeiro 2025

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.