Diretores de supply chain e C-suite não falam a mesma língua quando o tema é eficácia

Um relatório da Gartner conclui que os quadros superiores de supply chain sobrestimam a sua eficácia, enquanto os pares de todo atribuem classificações significativamente mais baixas. A geração de valor com o C-suite surge como o fator mais determinante

Diretores de supply chain e C-suite não falam a mesma língua quando o tema é eficácia

O mais recente relatório da Gartner sobre supply chain conclui que muitos diretores da mesma – os CSCO – sobrestimam a sua eficácia em comparação com a perceção da restante gestão de topo. O estudo mostra que três quartos dos CSCO atribuíram a si próprios uma pontuação elevada, mas apenas pouco mais de metade dos restantes membros do C-suite confirmou essa avaliação.

“A colaboração é priorizada tanto pelos CSCO quanto por seus colegas C-suite, mas nossos dados mostram uma desconexão entre a eficácia dos CSCO nessa medida crítica de eficácia”, afirmou Claudia Clemens, analista diretora sénior da prática de Supply Chain da Gartner. A especialista sublinha ainda que, embora mais de 60% dos responsáveis da cadeia de suprimentos afirmem investir na construção de relações com os seus pares, menos de metade da gestão de topo reconhece esses esforços.

Segundo o estudo, realizado em março de 2025 que juntou 201 líderes empresariais, um dos principais resultados indica que a geração de valor em conjunto com o C-suite, através da colaboração eficaz entre departamentos, contribui para 42% da eficácia global do CSCO. Esta dimensão foi considerada a mais relevante entre as cinco características-chave apontadas pelos executivos de todo como determinantes para o desempenho.

A análise da Gartner conclui ainda que a barreira para melhorar o impacto dos CSCO não reside no tempo despendido em reuniões ou interações com os restantes profissionais, mas sim na qualidade dessas interações. A consultora sublinha que se trata de uma oportunidade para os CSCO elevarem o nível da discussão e deslocarem o foco de questões operacionais para a criação de valor estratégico.

É ainda apontado que tanto os CSCO como os seus pares reconhecem que o perfil mais eficaz é o líder “inovador” e “independente”, com capacidade para redefinir o papel da supply chain. Aqueles que demonstram estas características são, segundo a Gartner, os que mais facilmente conquistam um lugar relevante na sala de reuniões.

Para atingir esse estatuto, o estudo destaca três comportamentos centrais: dedicar tempo às áreas mais valorizadas pelo C-suite, como inovação digital, agilidade, crescimento e gestão de riscos; colaborar para gerar impacto através de soluções que vão além da identificação de riscos; e demonstrar de forma clara o valor da supply chain,

Neste último ponto, o estudo assinala que continua a existir margem para melhorar a comunicação sobre o valor da supply chain. Quase 40% dos quadros superiores afirmaram que os CSCO não os ajudam a compreender o papel da mesma no sucesso da organização. Face a este cenário, os responsáveis considerados mais eficazes são aqueles que alinham a estratégia da supply chain com os objetivos globais da empresa e conseguem demonstrar o impacto direto das suas decisões nos resultados de negócio.

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